Tenente-coronel acredita que gosto por coleções foi herdado da mãe. Entre os objetos mais especiais do colecionador, está um disco de ouro original que o vocalista britânico Freddie Mercury ganhou em 1985. Ex-dono de coleção da ‘Playboy’ vendida por R$ 73 mil também é apaixonado pelo Palmeiras e pelo Queen.
Arquivo pessoal
O tenente-coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, de 48 anos, que acabou de desapegar de uma coleção da revista Playboy, de 915 unidades, vendida por R$ 73 mil, revelou ao g1 que essa não é a sua única paixão. Ele se considera um colecionador nato e também enumera itens raros e especiais relacionados ao time do Palmeiras e a banda de rock Queen.
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O militar acredita que herdou o gosto por coleções e o cuidado com os itens com a mãe, Dona Dalva, que faleceu há apenas 20 dias. Ele busca formas de homenagear a matriarca, inclusive, cuidando das coleções dela.
“Minha mãe tinha uma coleção de moedas, então acho que esse sentimento que eu tenho veio de família. Peguei esse gosto de guardar coisas, de ser cuidadoso com ela. Herdei coisas dela agora, todas muito bem cuidadas, um exemplo. Além das moedas, ele tinha também aparelhos de rádio”, contou.
Rádio da mãe do tenente-coronel, dona Dalva, tinha em sua coleção.
Arquivo pessoal
No caso do paulista de Serra Negra, além das revistas, outras duas paixões viraram coleções. O primeiro contato com a banda Queen foi aos 10 anos, quando ganhou uma fita cassete.
“Foi meu primeiro amor. Minha mãe me deu a fita, tenho até hoje. Aí foram se somando, com o passar dos anos, LPs, CDs, majoritariamente, mas também alguns DVDs, um boneco do Freddie Mercury, entre outros”, contou.
Atualmente, são mais de cem unidades de LPs e CDs, todos lançados oficialmente, a maioria lacrados, alguns encontrados apenas fora do Brasil.
Entre os objetos mais especiais está um disco de ouro original que o vocalista britânico Freddie Mercury ganhou em 1985. O presente foi para homenagear a banda que vendeu mais de 100 mil cópias do albúm ‘The Works’ no Brasil.
“Uma pessoa ganhou esse disco quando o Queen esteve no Brasil, neste mesmo ano. Ela pôde se encontrar com a banda e falou que ia fazer o primeiro fã clube do Brasil, e ganhou o disco. Depois, vendeu para uma outra pessoa, também fã, que virou minha amiga, nos conhecemos por causa do Queen, e acabou sendo eu quem comprou dela”, lembrou.
Ex-dono de coleção da ‘Playboy’ vendida por R$ 73 mil também é apaixonado pelo Palmeiras e pelo Queen. Espírito Santo
Arquivo pessoal
Amor pelo time
Já o Palmeiras faz o colecionador viajar pelo mundo, não apenas atrás de camisas diferentes, mas por causa dos jogos.
“Fui para o Japão em 1999, para o Mundial e a partida contra o Manchester; fui para Abu Dhabi em 2022, e vou para os Estados Unidos no ano que vem”, vibrou.
São mais de 110 camisas oficiais, sem contar calças, jaquetas, gorros, camisas de torcida, entre outras. Algumas ele usa e ficam penduradas no armário, em cabides verdes. Mas a maioria está guardada com o cuidado que já é comum ao militar.
Ex-dono de coleção da ‘Playboy’ vendida por R$ 73 mil também é apaixonado pelo Palmeiras e pelo Queen. Espírito Santo
Arquivo pessoal
“Mais de dois terços estão lavadas, ensacadas e guardadas. Tem gente que pede emprestado, mas não dá, não é bem assim”, disse.
Ainda não está nos planos vender nenhuma das duas coleções.
Cuidados com as revistas
O tenente-coronel contou que a coleção de revistas ‘Playboy’, que viralizou nesta semana após a venda, foi a sua segunda paixão, surgiu logo depois do Queen.
A primeira revista que comprou era usada, foi aos 13 anos. Já a primeira edição oficial, nova, veio uns meses depois, era a da Fátima Muniz Freire, em 1992.
“A da Fátima veio lacrada. Eles não vendiam para menor de idade, mas foi uma mágica, eu consegui”.
Coleção da revista Playboy foi vendida por R$ 73 mil. Dono de sebo mora em Piúma, no Sul do Espírito Santo
Reprodução
Inicialmente, a intenção não foi fazer uma coleção, o tenente comprava as edições com mulheres que gostava, mas, em um certo momento, percebeu que já tinha muitas unidades.
“Foi virando hobby, virou aquela coisa gostosa, de colecionador, eu passava num sebo e olhava, numa outra banca antiga… Esse hábito é um tesão para quem coleciona!”, contou.
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A partir do momento que entendeu que era uma coleção, os cuidados também foram aumentando. Muitas revistas ficaram no plástico original, não eram amassadas, nem tinham orelhas. Os curiosos também davam um certo trabalho.
“Já teve vez do meu pai retirar alguns posters destacáveis para levar para os amigos verem, e eu tinha que comprar outra, pra ficar intacta. […] Ou então com os amigos, sempre a mais procurada pelos amigos era a edição da Xuxa, não era a mais cara, nem a mais rara, mas era a que queriam. Aí eu abria e passava as páginas, eu não dava na mão dos caras, nada”, lembrou.
O colecionador também lembrou de uma ocasião em que mais de 20 revistas foram roubadas, em um sítio da família, em Serra Negra, São Paulo. Aos poucos, ele comprou as unidades novamente.
Ao longo da vida, as namoradas também rendem uma história à parte.
“Algumas tinham ciúmes, que pediam para eu me desfazer das revistas, sendo que eu quase não abria, era a coisa da coleção mesmo que me atraía”.
Só aceitou vender revistas se fosse o lote completo
A ideia de passar a coleção da Playboy para outra pessoa começou a passar pela cabeça do militar há cerca de quatro anos, mas só deu certo depois que ele conseguiu ajustar os pontos principais com o Lucas Hit, 39 anos, dono do sebo no Espírito Santo, em negociação que começou em junho deste ano.
Capixaba vende coleção da revista Playboy por R$ 73 mil
“Eu queria passar o legado para alguém. Há um tempo, postei fotos da coleção na internet, sem preço, sem nada, para ver o que vinha, se alguém ia falar alguma coisa, aí, um tempo depois veio o Lucas com uma proposta”, explicou.
Os dois não se conhecem pessoalmente, mas já têm contato pelas redes sociais. A única coisa que o paulista pediu é que tudo fosse vendido junto.
“Sentamos, atualizamos cada valor, chegamos a um valor em consenso, nem para ganhar dinheiro, nem para desvalorizar o conjunto. Chegamos a um denominador comum, que era um preço justo e aceitável. Talvez separado algumas pudessem valer mais, mas tinha outras que não teriam saída… Mas eu queria vender o conjunto”, reforçou.
O tenente-coronel não sabe quem comprou o lote, mas, se a pessoa quiser saber quem vendeu, para saber a história dos itens, o dono do sebo está autorizado a passar o contato.
O lote do militar vendido por Lucas tem:
📖 551 revistas regulares;
📚 264 revistas edições especiais;
🖼️ 68 suplementos de edições regulares;
🖼️ 2 suplementos de edições especiais;
📕 27 livros;
💿 2 CD-ROMs;
🎵 e 1 LP.
Lucas Hit, dono de sebo no Espírito Santo que vendeu coleção da Playboy por R$ 73 mil
Álvaro Julião/Divulgação
No caso do Lucas, o contato com a “Playboy” também veio aos 13 anos, movido pela curiosidade que os exemplares despertavam nas crianças da década de 1990.
“Eu escondia os exemplares da minha mãe e, quando ela flagrava, eu dizia que era pela entrevista, aquela desculpa que homem dá, embora o interesse maior fosse nas fotos das musas. A “Playboy” era muito mais que uma revista, era um universo inalcançável para uma criança daquela época”, contou ao g1.
A paixão evoluiu para um acervo próprio, com revistas não apenas da “Playboy”, mas também de publicações como “VIP”, “Sexy”, “Status, “Ele Ela” e “GQ”. No entanto, em 2020, na pandemia de Covid-19, que o hobby se tornou profissão.
Algumas das capas das revistas Playboys
Reprodução
Entre as edições mais cobiçadas, estão algumas que marcaram história, como a da Xuxa, em dezembro de 1982, a da Luma de Oliveira, recordista de capas da “Playboy” no Brasil, e a da Claudia Ohana, famosa por quebrar padrões de beleza com uma capa em janeiro de 1985.
O empreendedor também já vendeu outros exemplares com valores que chamam atenção. Como a edição da “Playboy “que teve a capa estampada pela atriz Cleo Pires em agosto de 2010, que foi vendida por por R$ 26.750.
“Esta foi uma capa que a ‘Playboy’ fez e não foi vendida oficialmente. É a revista mais valiosa da história da ‘Playboy’ porque foram feitos apenas 100 exemplares e não foram vendidos oficialmente. Este exemplar não faz parte da coleção vendida, por exemplo. Ela é um plus, um souvenir especial para os colecionadores. Vendi para um comprador dos Estados Unidos”, explicou.
Outra edição cobiçada no sebo de Lucas são as duas que trouxeram a também atriz Vera Fischer na capa, em janeiro dos anos 2000. O empreendedor já vendeu um exemplar deste por R$ 2,5 mil.
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