O plano de golpe e assassinato de Lula e Alckmin, e do ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi discutido na casa do general Walter Braga Netto, em novembro de 2022. A constatação foi da Polícia Federal, que localizou troca de mensagens no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As mensagens recuperadas durante a investigação apontam que o plano começou a ser desenvolvido em uma reunião, na casa do militar, em Brasília. Braga Netto foi candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL), nas eleições presidenciais de 2022.
O plano de golpe e assassinato de Lula foi localizado na endereço do general do Exército, Mario Fernandes, ex-ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República. Fernandes, que foi preso com mais quarto pessoas nesta terça-feira (19), também atuou como assessor do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Mauro Cid discutiu plano de golpe e assassinato de Lula
Conforme revelado pelo Correio Brasiliense, o grupo planejava ordenar a ida de militares, dos batalhões do Exército de Goiânia e Rio de Janeiro, até Brasília, entre novembro e dezembro de 2022, para dar início ao plano de golpe e assassinato de Lula.
“Após a reunião, no dia 14 de novembro de 2022, o Major Rafael Martis de Oliveira (‘Joe’), pergunta para Mauro Cid se haveria alguma novidade, possivelmente se referindo ao assunto tratado na reunião ocorrida no dia 12. Diz: ‘Alguma novidade??’. Mauro Cid responde: ‘Eu que pergunto’. Joe diz: ‘Vibração máxima! Recurso zero!!’, diz uma das mensagens interceptadas pela PF.
Em resposta, Mauro Cid pergunta: “Qual a estimativa de gastos? Falei pra deixar comigo.” Joe diz que vai ligar para o ex-ajudante de ordens. Cid insiste na pergunta sobre uma estimativa de gastos relacionados a hotel, alimentação e material. “Só uma estimativa com hotel. Alimentação. Material. 100 mil?”, diz trecho do relatório da investigação.
“Major Rafael Martins de Oliveira diz: ‘Ok!! Entorno disso. Vou te mandar’. Pelo que se infere, a troca de mensagens entre Mauro Cid e o Major Rafael Martins evidencia a existência de um planejamento, o qual necessitaria de ‘hotel’, ‘alimentação’ e ‘material’, com custo estimados em R$ 100.000,00 (cem mil reais). Além disso, os interlocutores indicam que estariam arregimentando mais pessoas do Rio de janeiro para apoiar a execução dos atos”, aponta o documento.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal descobriu a existência de um detalhado plano de golpe de Estado, denominado “Punhal Verde e Amarelo”. O planejamento dos suspeitos detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para executar um plano de golpe e assassinato de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Segundo comunicado pela PF, as investigações apontam que a organização “se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas” nos meses de novembro e dezembro de 2022.
Após a execução do plano de golpe e assassinato de Lula, os investigados também previam a instauração de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, composto pelos próprios investigados, para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.