Vizinhos se chocam com filho preso por matar a mãe no Rio; família quer custódia em unidade psiquiátrica


Segundo a polícia, Raphael Paes Castro tem diagnóstico de bipolaridade e tomava pelo menos três medicações. Caso é investigado como feminicídio. Relatos indicam conversão para religião da mãe e que o homem, de 34 anos, circulava pelo condomínio e apresentava comportamento estranho durante surtos. Raphael Castro sendo preso no condomínio Bora Bora, na Barra da Tijuca
Reprodução/Arquivo Pessoal
Preso em flagrante por matar a mãe no último domingo, Raphael Paes Castro, de 34 anos, tinha recentemente se convertido à religião evangélica, seguia um tratamento contra o transtorno de bipolaridade há mais de cinco anos e tinha deixado de atuar como DJ.
Amigos e parentes ficaram chocados com a morte de Marly Paes, que foi encontrada sem vida em casa na manhã do seu aniversário de 63 anos. O crime foi tratado como algo surpreendente, sem nenhum indício anterior de agressões ou problemas entre mãe e filho, apesar de Raphael já ter tido surtos psicóticos anteriormente.
O g1 conversou com vizinhos e com uma prima de Raphael, que considera o homem como um irmão, e tinha a vítima como madrinha.
Fabiana Paes, de 30 anos, que foi até a Delegacia de Homicídios da Capital na manhã desta segunda-feira (18), disse que acredita que Raphael precisa ficar sob custódia em alguma ala psiquiátrica ou um local adequado para tomar a medicação que tem prescrita contra o transtorno de bipolaridade. Segundo ela, ele estava em surto quando matou a mãe.
A polícia investiga a hipótese de surto e vai pedir um exame para determinar o estado mental do homem.
“É muito chocante porque é algo que ninguém nunca imaginou, nunca deu um indício. As pessoas precisam entender que não foi o Raphael Castro que fez isso na sua sanidade mental. Ele está em surto psicótico, e precisa de tratamento. Quando ele retornar disso, e conseguir assimilar as coisas, eu não sei como que vai ser a vida dele”, disse Fabiana.
Segundo Fabiana, Marly e Raphael se amavam profundamente. Ela citou Raphael como uma pessoa inteligente e comunicativa, além de levar a vida com bom humor.
“A gente é irmão, ele morou na minha casa por um tempo. Ver o Raphael nessa situação é assustador. Ele já teve outros surtos, já precisou ser internado, surtos que tiveram suas consequências, mas que não chegaram perto disso. Ele não fez isso por querer”, alegou.
Raphael em evento de batizado de denominação evangélica; testemunhas narram reaproximação com igreja da mãe
Reprodução/Facebook
Uma vizinha, que não quis se identificar, afirmou que Raphael estava em crise dois ou três dias antes de ser preso pela morte da mãe. Segundo essa pessoa, Marly estava muito feliz pela reaproximação de Raphael com uma denominação evangélica.
“Ele já estava em crise. Ela (Marly) estava fazendo um culto de ação de graças, porque o Raphael tinha voltado pra igreja. Ele já tinha ficado internado anteriormente. Ele tomou o celular da mãe e ficava circulando pelo condomínio. Todo mundo já sabia desse comportamento”, contou uma vizinha, que não quis se identificar.
“Os vizinhos relataram que escutaram socorro, mas são quatro blocos, e as pessoas não sabiam de onde vinham os gritos. De manhã, ele andou por vários lugares, até que um morador perguntou: ‘E a sua mãe?’, e ele dizia coisas que não faziam sentido”, relatou outra pessoa.
A supervisão do prédio foi chamada, e depois a polícia. Pouco tempo depois, policiais foram até o apartamento. Raphael, que atendeu a porta, não sabia dizer o que tinha acontecido e acabou preso em flagrante. Uma testemunha contou que o apartamento estava com muitos itens quebrados, com cacos de vidro espalhado e sangue em diversos pontos do imóvel.
“Ele tinha voltado pra igreja e estava muito estabilizado. Foi muito do nada. Era uma mãe que defendia ele a todo custo. Está todo mundo até agora muito chocado”, lamentou outra pessoa que conhecia a família.
Raphael será representado, inicialmente, pela Defensoria Pública do Estado. Uma audiência de custódia está marcada para as 13h de terça-feira (19).
Convidados souberam de morte ao chegar à festa
Convidados chegavam para festa em condomínio quando souberam da morte da aniversariante; filho foi preso em flagrante
Convidados souberam da morte de Marly Ferreira Paes, de 63 anos, quando chegavam para a festa de aniversário dela neste domingo (17), num condomínio na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Raphael Paes Castro, de 34 anos, foi preso em flagrante suspeito de assassinar a mãe dentro de casa. Segundo as investigações, ele tem diagnóstico de bipolaridade e tomava pelo menos três medicações.
A polícia acredita que o filho tenha agredido a mãe até a morte quando estava em surto e vai pedir um exame de sanidade mental.
Segundo agentes que acompanharam a prisão, ele deixou a delegacia falando frases desconexas.
Filho é preso em flagrante pela morte da mãe em condomínio na Barra da Tijuca
O crime é investigado como feminicídio e aconteceu na madrugada de domingo, no 7° andar do prédio. Vizinhos chegaram a ouvir gritos de socorro por volta das 4h e chamaram a polícia.
Quando os agentes chegaram, foi Raphael quem atendeu a porta e não soube explicar o que tinha acontecido.
Marly havia planejado um churrasco no domingo para comemorar seu aniversário. O corpo dela foi encontrado dentro do apartamento e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
Raphael Castro foi preso em flagrante suspeito de assassinar a mãe dentro de casa
Reprodução
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