A taxação de bilionários foi um dos assuntos abordados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 2ª Sessão da Reunião de Líderes do G20 nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro. No seu discurso, Lula defendeu que, ao se taxar as fortunas dos super-ricos, os países teriam mais recursos para enfrentar problemas sociais e ambientais.
“Uma taxação de 2% sobre o patrimônio de indivíduos super-ricos poderia gerar recursos da ordem de 250 bilhões de dólares por ano para serem investidos no enfrentamento dos desafios sociais e ambientais do nosso tempo”, afirmou o presidente, citando estudos encomendados pela Trilha de Finanças do G20.
Lula defende que taxação de bilionários deve ser internacional
Em outro ponto do discurso, o Lula comentou que “é urgente rever regras e políticas financeiras que afetam desproporcionalmente os países em desenvolvimento”. Segundo ele, “a cooperação tributária internacional é crucial para reduzir desigualdades”.
O presidente brasileiro também citou que, principalmente em países africanos, a dívida externa é superior aos recursos disponíveis para investimentos em infraestrutura, saúde e educação. Por essa razão, os países mais desenvolvidos poderiam, também, utilizar recursos da taxação de bilionários para realizar ajuda financeira.
“A resposta para a crise do multilateralismo é mais multilateralismo. Não é preciso esperar uma nova guerra mundial ou um colapso econômico para promover as transformações de que a ordem internacional necessita”, concluiu Lula.
‘O mais rico precisa ajudar a enfrentar o problema da fome’, afirma ministro de Lula
O ministro da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal, Paulo Pimenta, apoiou a taxação de bilionários como, também, uma ferramenta de combate à concentração excessiva de riqueza.
“Tanto o tema da desigualdade, que envolve a questão dos super-ricos, como no tema climático, nós temos um ponto de partida que se consolida. Ninguém mais nega a necessidade de enfrentar a agenda climática e, ao mesmo tempo, a concentração da riqueza. Com a revolução tecnológica, a gente assistiu à riqueza cada vez mais concentrada. O que se discute é como enfrentar essa desigualdade”, declarou Pimenta.
Segundo Pimenta, os recursos vindo da taxação de bilionários devem ser redistribuídos para ajuda aos mais necessitados. “Quem é mais rico, quem tem mais dinheiro, precisa, de alguma forma, ajudar a enfrentar o problema da fome e da desigualdade. Não são os países mais pobres que vão sozinhos enfrentar essa realidade”, concluiu o ministro.
Câmara de Deputados barrou taxação de grande fortunas recentemente
A Câmara dos Deputados rejeitou no dia 30 de outubro o projeto de lei que previa a cobrança de imposto sobre grandes fortunas, ou seja, conjuntos de bens acima de R$ 10 milhões. A proposta foi barrada por 262 votos a 236.
Se fosse aprovada, a taxação seria de 0,5% para fortunas entre R$ 10 milhões e R$ 40 milhões, de 1% entre R$ 40 milhões e R$ 80 milhões, e 1,5% naquelas acima de R$ 80 milhões.
*Com informações do portal R7