A barragem de Ituporanga, no Alto Vale do Itajaí, teve a primeira das cinco comportas restaurada na última semana. A comporta C5 voltou à operação, concluindo a primeira fase da manutenção prevista.
Com um investimento de R$ 23 milhões, a reforma na barragem ocorre desde a primeira semana de novembro na estrutura, uma das mais importantes na contenção de cheias.
O projeto inclui a substituição das comportas, revisão das galerias de concreto, troca da blindagem metálica e a restauração do sistema elétrico.
As duas fases da reforma na barragem de Ituporanga
A restauração está dividida em duas fases. A primeira fase, que já começou, se concentra nas ações emergenciais e inclui a restauração das comportas C4 e C5, que já está restaurada.
Com a conclusão da C5, o foco agora se volta para a restauração da comporta C4, com previsão de entrega de até 40 dias. Fabiano de Souza, Secretário da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, destacou a importância e a complexidade do projeto em entrevista à NDTV Record.
Segundo ele, a manutenção completa pode levar até 330 dias. “A recuperação da barragem de Ituporanga é um passo fundamental para garantir a segurança hídrica da região e evitar danos causados por eventuais enchentes”, disse.
Implantação de sistema de automação
Um dos grandes diferenciais do projeto é a implantação de um sistema de automação. O processo irá permitir que a barragem seja operada de forma remota, sob a supervisão da Defesa Civil.
“Estamos seguindo dentro do cronograma, com toda a estrutura necessária mobilizada para garantir o cumprimento dos prazos”, concluiu Fabiano de Souza.
A recuperação da barragem visa melhorar a infraestrutura hídrica da região, oferecendo maior segurança no controle de vazões e no combate a possíveis eventos extremos de clima.
Quase 50 anos sem manutenção
As obras eram necessárias depois de uma análise técnica detalhada que identificou falhas significativas, que podiam comprometer a estrutura.
Em setembro, o Governo de Santa Catarina admitiu a situação crítica da barragem em Ituporanga, com falha no conduto metálico da C4, o que poderia levar a uma ruptura da estrutura, caso o concreto entre o enrocamento e a galeria ruísse.
A barragem em Ituporanga, que opera desde março de 1976, nunca tinha recebido uma manutenção. Os equipamentos hidráulicos, como as comportas C4 e C5, seguiam inoperantes, comprometendo a operacionalidade e a segurança da estrutura.
A Defesa Civil informou que, por conta das fortes chuvas ocorridas durante outubro e novembro de 2023, houve agravamento de danos já existentes na blindagem e conduto da comporta C4. Os danos causaram também uma inundação na sala das comportas, área crucial para a operação da barragem.
Barragem de José Boiteux
O Secretário da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, Fabiano de Souza, também destacou que a barragem de José Boiteux deve receber a manutenção necessária ainda neste ano.
Vale lembrar que, a Defesa Civil de Santa Catarina conseguiu via MPF (Ministério Público Federal), em outubro, o aval para consertar a barragem. O serviço é uma parceria com a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) e a manutenção será realizada pelos técnicos da estatal.
De acordo com a Defesa Civil do Estado de Santa Catarina, está prevista a limpeza e manutenção da comporta danificada. A barragem Norte é a maior estrutura de contenção de cheias do Brasil.
Apesar disso, ficou sem manutenção devido a um impasse com a comunidade indígena local. A estrutura é uma construção Federal e está dentro de uma área indígena, onde vive o povo Xokleng.
Em outubro do ano passado, uma das comportas da barragem em José Boiteux teve problemas, depois que um cilindro emperrou. A estrutura conta com duas comportas, uma foi aberta no dia 15 de outubro, mas a segunda teve dificuldade técnica e ficou fechada.