Albino Santos de Lima, de 42 anos, é considerado o maior serial killer (assassino em série, em português) do estado de Alagoas. Segundo a investigação conduzida pela Polícia Civil, ele matou 10 pessoas no período de um ano em Maceió, e é o suspeito de outros 8 assassinatos. Além disso, ele fazia questão de tirar foto com os túmulos das vítimas.
O nome de Lima, ex-segurança penitenciário, foi levantado a partir das gravações obtidas por câmeras de segurança, que identificaram um suspeito andando pelo bairro onde a última vítima morava.
Após a denúncia de uma testemunha, a equipe da delegada Tacyana Ribeiro localizou a residência, onde encontrou uma pistola, munição, luvas, boné e máscaras pretas, a mesma roupa que o suspeito usava nos vídeos divulgados. Os assassinatos em série foram descobertos a partir daí.
“Ele sempre agia do mesmo jeito, a maiorias das vezes a noite, usando roupas pretas e de boné para esconder o rosto. Ele é um predador, um assassino em série, muito frio e calculista”, disse o delegado Gilson Rego ao g1.
Assassino agia com frieza
Em seu depoimento aos investigadores, Lima mostrou que agia com frieza. Ele monitorava suas vítimas pelas redes sociais e aprendia o máximo possível de suas rotinas. “Eu fazia uma investigação por conta própria”, declarou.
Além disso, os policiais encontraram no celular de Lima uma lista com os próximos alvos e a data marcada de cada assassinato, o que demonstra que ele pretendia matar ainda mais pessoas, a maioria delas com o mesmo perfil: mulheres jovens, pretas ou pardas.
“Ele tinha uma obsessão por pessoas jovens, mulheres, de pele mais escura. Sete das dez vítimas têm esse perfil. A gente acredita que ele possa ter sofrido algum tipo de rejeição e, por isso, ceifado essas vidas”, apontou a delegada Tacyane Ribeiro.
Segundo os policiais, depois de assassinar as vítimas, ele ia até suas lápides e registrava fotografias e vídeos debochando dos crimes cometidos.
Em seu depoimento, Lima disse que as vítimas faziam parte de organizações criminosas. Mas o delegado Gilson Rego negou essa informação e disse que nenhuma delas tinha ligação com o crime.
A vítima mais recente de Lima é Ana Beatriz dos Santos, de 13 anos, assassinada enquanto caminhava com a irmã por um bairro da capital no dia 8 de agosto.
“Nenhuma delas tem envolvimento com facção criminosa. Identificamos 10 vítimas, três delas eram do sexo masculino e sete mulheres, todas com o perfil muito semelhante, morenas, jovens geralmente de cabelo cacheado e dentre elas tinha uma mulher trans também com esse mesmo perfil físico”, explicou o delegado.
Munição ajudou a identificar pontos em comum dos assassinatos
O Instituto de Criminalística de Maceió analisou as munições encontradas corpos de outras vítimas cujas circunstâncias dos assassinatos eram parecidas.
“Foi um trabalho em equipe, desde a coleta dos projéteis coletados no local do crime, e nos corpos das vítimas no IML, a apreensão da arma para produção do padrão que permitiram a realização dos exames de micro comparação balística que permitiram identificar que aquela arma apreendia foi a mesma utilizada nos crimes”, explicou a perita criminal Suely Maurício.
“Ele não demonstra nenhum tipo de arrependimento pelo cometimento desses homicídios”, concluiu Tacyane Ribeiro.
“A cabeça dele é a cabeça de uma pessoa doente, sociopata. Esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que ele tem direito, mesmo sendo um ‘serial killer’”, declarou Geoberto Bernardo de Luna, advogado de Lima.
O suspeito já foi condenado por homicídio qualificado em três dos crimes pelos quais é investigado. Agora, a polícia de Alagoas vai reabrir inquéritos antigos de outros homicídios, cometidos desde 2019, para apurar a participação de Lima, que está preso desde setembro.