A prova da 1ª fase da Fuvest 2025 se aproxima e, sejamos sinceros, nem todo mundo conseguiu terminar as leituras obrigatórias da lista. É nessas horas que o desespero bate e os candidatos começam a se perguntar: quais são os livros com mais chances de cair nesse ano? O ideal, claro, é ter lido todas as obras para conseguir responder às perguntas com tranquilidade e confiança – mas, quando isso não acontece, uma ajudinha extra pode ser bem-vinda.
Para auxiliar nessa reta final, o GUIA DO ESTUDANTE conversou com três professores de Literatura que apontam os títulos mais cotados para dar as caras na prova deste ano.
Mas… calma. Seriam eles profetas? Feiticeiros com poder de adivinhação? Craques do chute? Nada disso! O método utilizado é simples: a análise criteriosa de provas anteriores. Embora a Fuvest nunca revele quais livros da lista serão cobrados, a análise e o estudo das provas antigas permite fazer estimativas com certa eficiência acerca dos títulos que mais têm chances de aparecer. Seja porque são novidades na lista, ou não caíram nas edições anteriores, ou ainda porque suas temáticas estiveram em voga durante o ano.
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Isto é, estamos falando de uma previsão baseada na análise de padrões e tendências da prova. Normalmente, na primeira fase, são seis perguntas de Literatura, entre as quinze de Língua Portuguesa. Isso, porém, não significa que serão exatamente seis livros cobrados: não é raro a mesma questão abordar duas obras literárias.
1. “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga 2. “Quincas Borba”, de Machado de Assis 3. “Os ratos”, de Dyonélio Machado 4. “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade 5. “A Ilustre Casa de Ramires”, de Eça de Queirós 6. “Nós matamos o cão tinhoso!”, de Luís Bernardo Honwana 7. “Água Funda”, de Ruth Guimarães 8. “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles 9. “Dois irmãos”, de Milton Hatoum
Novatos que devem brilhar
Na edição 2025, a lista de obras obrigatórias conta com três novas adições: “Os ratos”, de Dyonélio Machado, “Água Funda”, de Ruth Guimarães, e “A Ilustre Casa de Ramires”, de Eça de Queirós. Para Mauricio Soares, professor de Literatura do Fibonacci Sistema de Ensino, “Os ratos” e “Água Funda” são os maiores candidatos entre as novidades para já aparecer na prova de domingo.
Segundo ele, a Fuvest tende a destacar as novidades incluídas e as deste ano têm um ponto extra: elas só podem aparecer na prova deste ano, já que sairão da lista já na próxima edição, quando a seleção inteira é renovada.
Quem concorda é Vanessa Botasso, do Poliedro Curso. A docente também pontua as duas obras como as mais cotadas entre as estreantes. Em sua avaliação, “Água Funda”, que representa um marco histórico como o primeiro romance de uma autora negra publicado após a abolição da escravatura no Brasil, deve ser priorizado pelos estudantes, principalmente em razão da relevância da sua temática.
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“O romance traz para o centro da narrativa o ponto de vista das classes populares, fator que já o diferencia de outras obras da lista, e mostra a ponte entre o passado escravocrata e o presente herdeiro desse legado histórico”, explica. “Como parte dessa mudança de perspectiva, a obra é um convite para se repensar o folclore, os ‘causos’ e o lugar em que, historicamente, se consolidaram os saberes e conhecimentos populares no Brasil interiorano”.
Outro ponto de destaque para obra de Ruth Guimarães é a linguagem empregada. Questões explorando o vocabulário do livro, com o seu “caráter coloquial e multiétnico”, podem ressaltar as expressões indígenas e africanas presentes ao longo da narrativa.
Quem deve aparecer de novo
Além dos novatos, outros clássicos já veteranos da lista também complementam os palpites dos professores. “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles, presente na lista desde 2020, é aposta do professor Mauricio entre os veteranos. “Ainda que tenha já parecido na segunda fase, apareceu em uma primeira somente em 2021”, relembra. “O livro permaneceu na lista esse tempo todo e nunca mais foi cobrado.”
Já o autor Machado de Assis também deve estar presente, com a obra “Quincas Borba”. “Embora já tenha sido cobrada na 1ª fase de 2024, é um dos clássicos da literatura brasileira e tem muitas possibilidades para novas questões”, afirma a professora Vanessa Botasso. “A obra, que explora as complexidades da natureza humana e apresenta um narrador provocativo e sagaz, pode gerar boas questões de interpretação”. O professor Mauricio ainda completa: “É a despedida do Machado da lista da Fuvest, já que nos próximos anos serão exclusivamente autoras mulheres”.
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Os que podem ficar de fora
Algumas obras, cobradas com frequência em anos anteriores, têm menores chances de aparecer este ano. É o caso de “Nós Matamos o Cão Tinhoso”, de Luís Bernardo Honwana, “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade e “Dois Irmãos”, de Milton Hatoum, que, como coloca Mauricio, devem “descansar” neste vestibular, uma vez que a Fuvest valoriza a alternância entre as obras cobradas.
Sobre “Alguma Poesia”, a professora Vanessa discorda, “por se tratar de uma obra de poema, um gênero que difere dos romances indicados na lista, ainda que já cobrado na 1ª fase de 2024”, explica. “A estrutura formal e a linguagem simbólica desses textos literários, repletos de figuras de linguagem, podem provocar questões analíticas sobre textos escolhidos da obra”, afirma.
Calendário Fuvest 2025
Divulgação dos locais de prova: 1º de novembro;
Aplicação da 1ª fase: 17 de novembro;
Divulgação da lista de convocados para a 2ª fase: 2 de dezembro;
Provas de habilidades específicas: 10 a 14 e 18 a 20 de dezembro;
Provas da 2ª fase: 8 e 9 de dezembro;
Lista de aprovados: 24 de janeiro de 2025.
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