‘Dama dos Cravos’, símbolo da revolução que colocou fim à ditatura em Portugal, morre aos 91 anos

Celeste Caeiro, que ficou conhecida como “Dama dos Cravos” durante a revolução que colocou fim à ditadura portuguesa, morreu nesta sexta-feira (15) aos 91 anos.
Em 1974, Celeste distribuiu cravos aos soldados que se rebelavam contra o regime ditatorial de Portugal. Por causa disso, o movimento ficou conhecido como “Revolução dos Cravos”.
Em 25 de abril de 1974, o restaurante de Lisboa onde Celeste trabalhava estava prestes a comemorar o aniversário de sua inauguração. Naquele dia, os proprietários compraram cravos para a equipe, composta por muitas mulheres.
Com os soldados se rebelando contra a ditadura, o restaurante resolveu cancelar a festa de aniversário. Celeste ficou responsável de levar todas as flores para casa.
Em entrevistas após a revolução, Celeste contou que foi abordada por jovem soldado que pediu um cigarro a ela. Como não tinha um, ela resolveu entregar um cravo ao militar.
Outros soldados que foram passando por Celeste também ganharam flores. Muitos deles resolveram colocar o cravo nos canos dos rifles e nos tanques. A partir daí, vendedores de flores começaram a oferecer mais cravos aos rebeldes.
Jornalistas e fotógrafos que cobriam a revolução registraram a cena, que ganhou as capas de jornais do mundo inteiro.
“O momento mais lindo da nossa democracia não teria sido tão lindo sem Celeste Caeiro. Obrigado por tudo”, escreveu o jornalista Helio Carvalho em uma rede social.
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