Manifestantes realizam ato pelo fim da escala 6×1 no Recife


Manifestação reuniu centenas de pessoas em apoio à proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais. Manifestantes reivindicam fim da escala 6 x 1 em protesto no Recife
Manifestantes se reuniram na manhã desta sexta-feira (15), no Parque Treze de Maio, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife, para protestar pelo fim da escala 6×1 de trabalho. O ato reuniu centenas de pessoas em apoio à proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduz a jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais (veja vídeo acima).
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Na última quarta-feira (13), a PEC de autoria da deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) recebeu o número necessário de assinaturas para ser protocolada na Câmara dos Deputados.
A proposta, que ainda precisa passar por comissões especiais na Câmara e no Senado até a aprovação, recebeu o apoio de trabalhadores e movimentos sociais que levaram faixas e pediram pelo fim da escala 6 x 1 na manifestação que aconteceu no Recife.
Em entrevista à TV Globo, Isis Thayzi, que é professora da rede municipal de ensino do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, comentou que a reivindicação é uma “luta por dignidade”.
“Eu já vivenciei a escala 6×1 como vendedora de livraria por três anos. Também trabalhei em escola particular como auxiliar de sala por quase dois anos, onde a gente tinha que trabalhar de segunda a sexta por oito, nove, dez horas…e no sábado ainda tinha que ir para a escola, fazer faxina, complementar esse horário”, relembrou.
Segundo Isis, o formato de trabalho com 44 horas semanais limita as interações sociais, especialmente para mulheres.
“É impossível você ter uma vida digna, você ter tempo com a sua família, você ter tempo para se cuidar, tanto fisicamente como mentalmente, se alimentar bem, se não lhe sobra tempo para isso. Então, naquele único dia que você tem, você precisa dar conta de tudo, e quando você é mulher, essa carga é ainda maior”, explicou a professora.
Maria Brasil também é professora, ela dá aulas de robótica e estuda história. Para Maria, a escala de trabalho com 44 horas “desumaniza as relações”. Segundo ela, a redução trará benefícios significativos para os trabalhadores.
“Com a redução da escala, a gente vai conseguir ter direito a uma vida digna, porque a gente não quer apenas sobreviver. Nós, enquanto classe trabalhadora, não quer apenas sobreviver; a gente quer viver, mas viver de maneira digna, tendo acesso a tudo aquilo que é nosso por direito”, comentou Maria.
Após a concentração no Parque Treze de Maio os manifestantes seguiram em caminhada até o Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife.
Setor industrial defende negociação coletiva
A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) se posicionou contra a PEC. Para o setor, a jornada semanal de trabalho “deve ser discutida por meio de negociação coletiva entre empresas e trabalhadores, e não por imposição legal”. Segundo a Fiepe, a redução, no formato em que esta sendo discutida, “poderá prejudicar a competitividade”.
Faixa fixada no Parque Treze de Maio em protesto pelo fim da escala 6 x 1
Danielle Fonseca/TV Globo
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