Filipinas se prepara para tufão após passar por 5 tempestades em menos de um mês


Tempestades causaram ao menos 160 mortes, deslocaram mais de 9 milhões de pessoas e devastaram terras agrícolas e infraestrutura. Próximo tufão deve chegar no domingo (17). Homem tenta garantir a segurança de barco enquanto chuva provocada pelo tufão Usagi cai em Santa Ana, na província de Cagayan, no norte das Filipinas, na quinta-feira (14)
Noel Celis/AP
A passagem do tufão Usagi alagou vilarejos rurais, derrubou linhas de energia e deslocou milhares de pessoas antes de seguir para além do norte das Filipinas nesta sexta-feira (15). A região já foi atingida por cinco grandes tempestades em menos de um mês, informou a agência Associated Press (AP).
Uma nova tempestade no Pacífico pode se fortalecer e se tornar um poderoso tufão antes de atingir o arquipélago filipino no domingo (17), segundo previsões de meteorologistas locais.
Não houve relatos de vítimas causadas pela passagem do Usagi, que se deslocava para o sul de Taiwan nesta sexta-feira.
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Em Cagayan, província no ponto mais ao norte da região de Luzon, uma ponte de concreto importante que conectava duas cidades desabou parcialmente na quinta-feira (14) após troncos, arrastados pelas correntes de um rio, colidirem nela.
Várias outras pontes foram engolidas pelas águas da enchente e ficaram inutilizáveis, disseram autoridades provinciais.
Usagi atingiu a terra na região nordeste das Filipinas na quinta-feira, apenas dois dias após a passagem do último tufão, Toraji, que causou inundações e forçou mais de 82,5 mil pessoas a fugir de suas casas nas províncias do norte.
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Muitos dos deslocados ainda estavam em abrigos de emergência quando o Usagi chegou, de acordo com autoridades locais, que se apressaram a transportar grandes quantidades de alimentos e outras ajudas para mais de 300 centros de evacuação.
Mais de 9 milhões de deslocados
O governo tem lutado para lidar com o impacto das múltiplas tempestades, que já causaram ao menos 160 mortes, deslocaram mais de 9 milhões de pessoas e devastaram terras agrícolas e infraestrutura, principalmente em Luzon.
A administração do presidente Ferdinand Marcos Jr. já gastou mais de 1 bilhão de pesos (cerca de R$ 86,7 milhões) em alimentos e outras ajudas para centenas de milhares de vítimas das tempestades, disse a secretária assistente de Bem-Estar Social, Irene Dumlao.
Tempestade registrada no fim de outubro deste ano nas Filipinas
John Dimain / AFP
O secretário de Defesa, Gilberto Teodoro, que supervisiona os esforços de resposta a desastres, solicitou a ajuda de países vizinhos, incluindo Cingapura, Indonésia, Malásia e Brunei, para fornecer aeronaves para ajudar vilarejos isolados pelas tempestades.
Os Estados Unidos, aliado de longa data das Filipinas, enviaram aviões de carga com alimentos e outros tipos de assistência.
Ajuda da ONU
A Equipe Humanitária das Nações Unidas nas Filipinas afirmou que está arrecadando US$ 32,9 milhões para ajudar o governo a fornecer assistência a cerca de 210 mil pessoas em necessidade crítica de ajuda e proteção, especialmente mulheres, crianças e pessoas com deficiência, nos próximos três meses.
“As Filipinas estão enfrentando uma temporada de ciclones tropicais excepcionalmente desafiadora, com ciclones sucessivos atingindo locais e escalas sem precedentes”, disse a equipe da ONU em seu plano de emergência. “As autoridades locais, que muitas vezes também são afetadas, estão sobrecarregadas enquanto simultaneamente respondem à crise e coordenam os esforços de resgate para as famílias afetadas.”
As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades tropicais todos os anos. O país também enfrenta terremotos e possui mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que o torna um dos países mais propensos a desastres no mundo.
Em 2013, o tufão Haiyan, um dos ciclones tropicais mais fortes já registrados, deixou mais de 7,3 mil mortos ou desaparecidos, destruiu vilarejos inteiros e fez com que navios encalhassem e se chocassem contra casas no centro das Filipinas.
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