Estudo inédito quer identificar insetos que ocorrem em Fernando de Noronha


Pesquisadores da UFRPE coletam amostras e catalogam espécies existentes e dizem que é a primeira vez que essa investigação é feita numa ilha oceânica. Pesquisadores estudam insetos em Fernando de Noronha
Um estudo inédito sobre os insetos de Fernando de Noronha está sendo realizado por pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os estudiosos estão na ilha para identificar, colher amostras e catalogar as espécies existentes (ver vídeo acima).
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A área da ciência utilizada chama-se entomologia, que também pode ser usada para elucidação de crimes pela polícia científica, quando é chamada de entomologia forense. A base do estudo são os dípteros, que são moscas e mosquitos.
“Entomologia forense é o mesmo estudo que pode ajudar a elucidar crimes com identificação de insetos nos cadáveres. É possível, ainda, identificar de onde vem uma praga agrícola para Noronha”, explicou a pesquisadora Cléia Rocha.
Pesquisadores colocaram armadilhas no Mangue do Sueste
Ana Clara Marinho/TV Globo
Os estudiosos escolheram pontos da ilha para distribuir armadilhas, como o Mangue do Sueste. As armadilhas são confeccionadas com garrafas pet e pintadas de preto. Dentro das armadilhas é colocado fígado de boi fresco, o que ajuda a atrair os insetos.
“O fígado exala o cheiro que vai atrair os insetos. Em cada fase da decomposição da carne são atraídas espécies de insetos; algumas chegam a se reproduzir e colocar ovos”, disse Cléia Rocha.
Doenças
O estudo é comandado pela pesquisadora Arlene Bezerra Rodrigues dos Santos, que é professora de entomologia da UFRPE. Os insetos podem causar miíase, um dos males que pode contagiar animais e seres humanos.
A miíase é a infestação de larvas e moscas na pele de pessoas ou animais. Existem vários tipos e é também conhecida popularmente como ‘bicheira’.
“ A miíase, vulgarmente chamada de bicheira, pode atingir gatos, cachorros e até as pessoas. Se existe um ferimento aberto, vem a mosca, deposita a larva e isso vai se alastrando. Se não tiver cuidado, pode causar até a morte de animais e humanos, principalmente crianças e idosos”, revelou Arlene Santos.
Insetos coletado em Noronha para estudo
Ana Clara Marinho/TV Globo
O especialista em entomologia Marco Aurélio Paes de Oliveira também participa da pesquisa e explicou que o cupim é outra espécie encontrada que pode causar prejuízos.
“O cupim é considerado uma praga urbana e nós observamos em várias áreas da ilha. O prejuízo é grande nas residências, vai danificar o madeiramento. O indicado é combater”, falou Marco Oliveira.
Os pesquisadores informaram que os insetos foram introduzidos em Fernando de Noronha trazidos por embarcações. A pesquisa pode indicar ações que podem ser desenvolvidas para conter possíveis pragas.
“Se identificarmos espécies maléficas ao ambiente, aos animais ou ao ser humano será preciso fazer uma ação de vigilância sanitária na região do Porto de Fernando de Noronha”, falou Clélia Rocha.
A expectativa é identificar as espécies da ilha conhecidas pela ciência e até novos animais. “Esse é o primeiro estudo realizado em uma ilha oceânica. Isso vai colocar Fernando de Noronha no mapa da ciência”, comemorou a pesquisadora Clélia Rocha.
A pesquisa tem o apoio do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio).
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