Lula sanciona lei que estabelece 1º de agosto como Dia Nacional do Maracatu


Data foi escolhida em homenagem ao mestre Luís de França, do Maracatu Leão Coroado. Sanção de lei foi assinada na mesma data que celebra o Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto no Recife. Presidente Lula (PT) sanciona lei que cria Dia Nacional do Maracatu em cerimônia em Brasília
Reprodução/YouTube
O presidente Lula (PT) sancionou a lei que cria o Dia Nacional do Maracatu. O texto, aprovado pelo Congresso no mês passado após cinco anos de tramitação, prevê que a data seja celebrada, a cada ano, em 1º de agosto. A criação da norma aconteceu na mesma data em que é comemorado, no Recife, o Dia Municipal do Maracatu de Baque Solto.
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A sanção da Lei 397/2019 foi assinada, na tarde desta terça-feira (12), em cerimônia no Planalto do Planalto, em Brasília. O dia 1º de agosto foi escolhido por ser a data de nascimento do mestre Luís de França, que liderou o Maracatu Leão Coroado por 40 anos. O grupo, sediado em Olinda, foi fundado em 1863 e é considerado uma das nações de maracatu mais antigas do país.
“Precisamos transformar o maracatu numa arte de conhecimento de todo o povo brasileiro. […] É importante que a gente assuma o compromisso de que, no Dia Nacional do Maracatu, a gente consiga fazer uma festa de caráter nacional que funcione concomitantemente em todos os estados”, discursou Lula no evento.
No discurso, o presidente afirmou ainda que é necessário que o poder público ajude os grupos a conseguir mais patrocínios para que o maracatu seja mais conhecido nos mais diversos locais do país.
“A gente vai ter que arrumar dinheiro, a gente vai ter que arrumar patrocínio para que essa arte chamada maracatu tenha o mesmo apreço e o mesmo respeito que tem o rock, o samba, qualquer outro show”, afirmou Lula.
Projeto tramitou por 6 anos
A norma foi criada a partir de um projeto proposto em 2017 pela então deputada federal Luciana Santos (PCdoB), atual ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação. Depois de passar pela Câmara dos Deputados, o texto foi encaminhado em 2019 para o Senado, onde tramitou até ser aprovado, no dia 15 de outubro deste ano, e seguir para a sanção presidencial.
Manifestação cultural de Pernambuco, bastante presente nas regiões do Grande Recife e da Zona da Mata, o maracatu é um ritmo de música e dança de tradição africana e indígena que se divide em dois tipos:
Maracatu de baque solto ou rural — é caracterizado pelos caboclos-de-lança, personagens que se movimentam empunhando uma lança pontiaguda, com chapéu e vestimentas coloridas e, por vezes, um cravo na boca;
Maracatu de baque virado ou nação — conta com um cortejo acompanhado por uma orquestra percussiva que remonta aos antigos rituais de coração de reis e rainhas do Congo.
Também presente na cerimônia, a ministra Luciana Santos destacou a importância do ritmo para a “construção da nossa nacionalidade”.
“É uma das manifestações populares mais importantes do Nordeste, que surgiu em meados do século 18 […]. E, assim, teve duas grandes matrizes. Uma matriz africana, em homenagem aos reis e rainhas do Congo, o nação, e o rural, que vem do corte da cana. Por isso, o cravo, os óculos, essa grande beleza da criação e da criatividade dos trabalhadores rurais”, explicou a ministra.
Saiba mais sobre a proposta da lei no vídeo abaixo:
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