Canudos de papel e bambu podem liberar produtos tóxicos, saiba quais

Canudos de papel e bambu podem liberar produtos tóxicos, saiba quaisHenrique Neri

Um estudo conduzido pela Universidade de Antuérpia, na Bélgica, revelou que mais de 70% das marcas de canudos que vendem alternativas ao de plástico possuem ácido perfluorooctanóico (PFA), conhecido como “químico eterno”. Esses canudos vieram como alternativa mais amigável ao meio ambiente.

No Brasil, estados como Acre, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo, Amazonas e Distrito Federal possuem leis que proíbem a comercialização de canudos de plástico. Para cientistas, ainda sim os de plástico são mais danosos, por causa do tempo que levam para se decompor, 200 anos. Nesse processo, a decomposição ainda o transformam em microplásticos, que poluem os oceanos.

Esses químicos encontrados nos canudos alternativos também não se decompõem com facilidade, o que dificulta a reciclagem deles. De acordo com o estudo, a melhor opção é o canudo de aço, que além de nenhuma marca apresentar PFA, são totalmente recicláveis.

A pesquisa mostrou que:

-Canudos de papel: das 20 marcas, 18 tinham PFA;

-Canudos de bambu: das 5 marcas, 4 continham PFA;

-Canudos de plástico: todas as 4 marcas tinham PFA;

-Canudos de vidro: de 5 marcas, 2 continham PFA;

-Canudos de aço inoxidável: de 5 marcas, nenhuma tinha PFA;

Ainda não se sabe o motivo de canudos que deveriam ser biodegradáveis e menos danosos ao corpo contêm essa substância. Até o momento, duas hipóteses surgiram, uma inclui esses químicos no processo de impermeabilização dos canudos. A outra é de que o papel reciclado utilizado para a fabricação já seja contaminado.

O PFA é um composto ligado a diversas questões de saúde, como o colesterol elevado, a redução da resposta imunitária, a doenças da tiroide e o aumento do câncer renal e testicular. Segundo a pesquisa, a quantidade de químicos não é suficiente para intoxicar uma pessoa. As análises também detectaram ácido trifluoroacético (TFA) e ácido trifluorometanossulfônico (TFMS), algumas PFAS que são altamente solúveis em água e podem ser transferidos para os líquidos.

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