A Alemanha conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris com uma vitória por 1 a 0 sobre a Espanha, em uma partida marcada pela atuação heroica da goleira Ann-Katrin Berger, que teve a trajetória marcada na vida pessoal por vencer o câncer duas vezes.
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Aos 33 anos, a arqueira alemã defendeu o pênalti da estrela espanhola Alexia Putellas, eleita duas vezes a melhor jogadora do mundo, no último lance do jogo.
A história de Berger, no entanto, vai muito além das quatro linhas. Sua trajetória é uma verdadeira lição de superação e resiliência. A goleira enfrentou o câncer na tireoide duas vezes e, apesar dos desafios, continuou a brilhar no futebol.
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Luta contra o câncer
O primeiro diagnóstico veio em novembro de 2017, quando jogava pelo Birmingham, na Inglaterra. Forçada a se afastar dos gramados, Ann-Katrin passou por cirurgia e tratamento, retornando como titular em fevereiro de 2018.
Sua rápida recuperação e desempenho impressionante renderam-lhe um lugar na equipe do ano da Premier League Feminina. Sua ascensão não parou por aí. Na temporada 2018/19, Berger foi contratada pelo Chelsea, onde continuou a demonstrar seu talento e determinação.
No entanto, em agosto de 2022, o pesadelo voltou. Ann-Katrin foi diagnosticada novamente com câncer na tireoide, o que a obrigou a se afastar do futebol para iniciar um novo tratamento.
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Apesar da recaída, Berger se manteve positiva e determinada. Em entrevista à BBC, em fevereiro de 2023, a goleira afirmou que o câncer a tornou mais forte.
– Foi um ano difícil, mas eu saí mais forte. Estar em uma Euro quando ninguém sabia que o câncer havia voltado… A emoção da Euro tirou a parte negativa do meu cérebro – disse ela.
Berger também revelou que gosta de falar sobre sua experiência, acreditando que pode ajudar outras pessoas a enfrentar seus próprios desafios.
– Não estou dizendo que foi fácil, porque não foi. Mas, seja qual for seu foco principal – e o meu era o futebol – você pode alcançar tudo o que quiser – refletiu.
Nas Olimpíadas de Paris, Ann-Katrin Berger mostrou que sua luta contra o câncer só a fez mais forte. Após defender dois pênaltis nas quartas de final contra o Canadá, ela foi novamente decisiva na disputa pelo bronze, selando a vitória da Alemanha e garantindo seu lugar na história do futebol.