Conforme noticiado no Jornal Nacional, da TV Globo, na quarta-feira (14), análise preliminar do gravador de voz da cabine do avião da Voepass que caiu com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, na sexta-feira (9) revela uma conversa tensa entre piloto e copiloto, além de gritos da tripulação até o fim da gravação. No entanto, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) afirma que a imprensa não teve acesso aos áudios, transcrições e dados das caixas-pretas.
Segundo a reportagem, o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável pela investigação, transcreveu cerca de duas horas de conversa entre o piloto o copiloto.
A Globo informou que não foi possível identificar até o momento a causa para a queda do avião e, como o avião modelo ATR 72-500 tem as hélices muito próximas da cabine, o excesso de barulho dificultou a compreensão dos diálogos. Também não foram identificados sons de alertas de presença de fogo, falha elétrica ou de pane no motor.
Conforme investigadores ouvidos pelo Jornal Nacional, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva chegou a dizer que era preciso dar potência para estabilizar a aeronave e impedir a queda depois que percebeu que o avião estava perdendo sustentação.
O relatório preliminar sobre o acidente deve ficar pronto em 30 dias.
As causas estão sendo investigadas pelo Cenipa, ligado à Força Aérea Brasileira (FAB). Esse foi o acidente com o maior número de vítimas desde a queda da aeronave da TAM, em São Paulo, em 17 de junho de 2007, que vitimou 199 pessoas.
A Voepass afirma que a aeronave, do tipo ATR, estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo, considerado seguro, é bastante usado na aviação comercial em viagens curtas.
FAB diz seguir protocolos legais
A Força Aérea, por meio do Cenipa, “assegura que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB”, envolvida no acidente aéreo em Vinhedo.
O Cenipa destaca em nota, ainda, que “segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944”.
Além disso, a FAB afirmou que “reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como pelo respeito à dor dos familiares das vítimas envolvidas no acidente”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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