Americanas tem prejuízo de R$ 2,2 bilhões em 2023, primeiro ano após escândalo fiscal

Empresa divulgou balanço financeiro nesta quarta-feira (14). A Americanas registrou um prejuízo de R$ 2,272 bilhões em 2023, de acordo com balanço financeiro divulgado pela companhia nesta quarta-feira (14). O valor representa uma variação de 82,8% em relação a 2022, quando a companhia teve perdas de R$ 13,2 bilhões (em valores atualizados).
Essa é a primeira publicação com o resultado completo do ano fiscal após a empresa encontrar, em janeiro de 2023, uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras. (relembre mais abaixo)
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O plano foi aceito pelos credores da companhia apenas em 19 de dezembro, com apoio de mais de 90% dos votantes.
Relembre o caso Americanas
G1 Explica: o rombo nas contas das Lojas Americanas
▶️ Em janeiro de 2023, a Americanas divulgou um fato relevante informando que havia identificado “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos, em um valor que chegaria a R$ 20 bilhões.
O então presidente da Americanas, Sergio Rial, decidiu deixar o comando da companhia e o escândalo iniciou um processo de derretimento de uma das maiores varejistas do Brasil.
▶️ Como consequência da revelação feita durante a noite, os investidores amanheceram em polvorosa.
As principais instituições financeiras colocaram as ações da Americanas sob revisão e a B3, bolsa de valores de São Paulo, colocou os papéis ordinários (com direito a voto) da empresa em leilão.
▶️ Em poucos dias, a situação da Americanas degringolou. Ações da empresa derreteram ao longo da semana e começaram as disputas judiciais com credores em busca de pagamentos.
A empresa, no entanto, comunicou que mantinha apenas R$ 800 milhões em caixa, o que tornava a operação insustentável.
▶️ Sem solução para a pressão dos credores, a Americanas foi obrigada a entrar com um pedido de recuperação judicial para travar a dívida.
As “inconsistências contábeis” haviam levado as dívidas da empresa para a casa dos R$ 43 bilhões, entre aproximadamente 16,3 mil credores.
▶️ A primeira versão do plano de recuperação judicial da companhia foi divulgada em março de 2023. O acordo, no entanto, foi completamente aceito pelos credores apenas em dezembro do mesmo ano.
O plano apresentou um saldo de R$ 50,1 bilhões de créditos a serem reestruturados, uma dívida trabalhista de R$ 82,9 milhões e uma fraude de resultado de R$ 25,2 bilhões ao final de 2022.
▶️ O plano de recuperação judicial da Americanas aprovado pelos credores também prevê:
O aporte de R$ 12 bilhões em aumento de capital da empresa por parte dos acionistas de referência da Americanas — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles, que juntos detêm 30,12% do capital social da companhia;
A venda de ativos como o Hortifruti Natural da Terra, a Uni.Co — empresa de franquias que detém marcas como Imaginarium e Puket — e a possibilidade de venda da AME, entre outros pontos.
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