Mães de crianças com câncer denunciam falta de medicamentos e estrutura em hospital do ES


Imagens mostram mofo e buracos em várias partes do hospital. Familiares disseram que entregaram abaixo assinado mostrando os problemas para a direção do local, mas nada foi feito. Mães de crianças com câncer denunciam estrututra de hospital do ES
Mães de crianças internadas no setor oncológico do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória, no Espírito Santo, denunciam problemas na infraestrutura do local e falta de remédios. Em vídeos (veja acima), elas mostram pedaços de madeira improvisados no lugar de uma pilastra, mofos e buracos. Para tentar mudar a situação, pais se uniram e fizeram um abaixo assinado com fotos e apontando os problemas. O documento foi entregue à direção da unidade, mas segundo os familiares, nada mudou.
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Jéssica Rohsner é mãe de uma das pacientes e chegou a ver uma das partes do muro caindo.
“Gente, quando eu falo que o hospital tá caindo aos pedaços, olha só, caiu um negócio, caiu um negócio do nada, quase que acerta a criança”, comentou a mãe em um vídeo.
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A ala oncológica do hospital aparece em outras imagens com vários buracos no teto, estofados de sofás e macas rasgados, suportes enferrujados, além de mofo em inúmeras alas.
Mofo e buracos aparecem em várias alas do Hospital Infantil em Vitória, Espírito Santo, além de estofados rasgados
Reprodução/TV Gazeta
A Michele Ribeiro vê todos esses problema frequentemente. Ela é mãe da Maria Vitória, de 10 anos, que está em tratamento no hospital contra a leucemia. Ela contou que os pacientes também enfrentam a escassez de itens e serviços essenciais.
“Direto falta água nos quartos, falta medicação, falta o básico para o hospital funcionar adequadamente. A pomadinha anestésica de fazer o acesso, o hospital não tem. Eles falam que não tem e a gente simplesmente tem que comprar”, relatou Michele.
Falta de vagas
Além disso, as mães das crianças em tratamento também lidam com a falta de vagas para a internação, já que esse é o único hospital referência em oncologia infantojuvenil do estado.
“Não tem vaga para você poder internar as crianças na enfermaria certa. Muitas crianças atrasam o tratamento, a quimioterapia, por conta de não ter vaga no hospital para elas fazerem. Falta também medicamentos importantíssimos para o tratamento”, pontuou Jéssica.
Mães fizeram abaixo assinado com fotos mostrando os problemas e entregaram para a direção do Hospital Infantil de Vitória
Reprodução/TV Gazeta
A mãe gravou uma das vezes que trouxe a filha, de sete anos, precisando tomar a medicação no laboratório porque não tinha o local adequado disponível.
“Aquele momento que não tem lugar para você tomar uma medicação e estamos aqui no laboratório tomando a medicação”, narrou.
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Yara luta há quatro anos contra um tipo raro de câncer. Jéssica relatou ainda que mesmo com a filha em um quadro clínico de baixa imunidade, a criança já foi internada junto com pacientes de doenças respiratórias.
“Hoje a gente faz o tratamento aqui misturado com outros pacientes, pacientes que vem com pneumonia, coqueluche, chikungunya. Tudo misturado aqui junto com os pacientes oncológicos que tem baixa imunidade, dependem de doação de sangue a todo momento. Ainda está faltando vaga, ainda está faltando leito, as pilastras ainda estão caindo”, contou.
Jéssica e a filha Yara que recebe a medicação em ala que não é adequada para o tratamento no Hospital Infantil de Vitória, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Enquanto isso, as mães das crianças em tratamento tentam manter o propósito na luta para um tratamento adequado.
“É um centro de referência, pessoas vem de fora para fazer tratamento, Então o mínimo que tinha que ter é uma infraestrutura para receber as crianças adequadamente”, comentou Michele.
O que diz o Hospital
A Secretaria de Saúde disse que a direção do hospital não recebeu o abaixo-assinado das mães, mas que está a disposição.
Em relação aos reparos na estrutura, o órgão disse que o pronto-socorro passar por intervenções, e neste momento está com o telhado em reforma.
Sobre a falta de medicamentos, o hospital explicou que a pomada anestésica citada pelas mães não é mais utilizada como padrão por indicação médica. Já o medicamento Filgrastim teve um problema pontual na entrega feita pela indústria, mas já foi resolvido.
A direção do hospital enfatizou que tem 75 leitos na enfermaria que atendem à demanda do espaço, sem prejuízos para os pacientes, incluindo os da oncologia.
Mães de pacientes internados na ala oncológica do Hospital Infantil de Vitória reclamam da falta de estrutura
Reprodução/TV Gazeta
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