
Em 12 de maio de 2008, uma descoberta macabra chocou Zagreb, na Croácia: o corpo mumificado de Hedviga Golik, uma enfermeira nascida em 1924, foi encontrado em seu apartamento no bairro de Medveščak, onde ela morava sozinha. O mais impressionante era o tempo que havia se passado desde sua morte: 42 anos.
Hedviga vivia em um pequeno imóvel de 18 m², no sótão de um prédio de quatro andares da capital croata, atualmente com mais de 700 mil habitantes.
Seu estilo de vida recluso e comportamento excêntrico fizeram com que os vizinhos a evitassem.
Ela era conhecida por não socializar, preferindo até enviar listas de compras em um balde, descido por uma corda, para que os vizinhos fizessem suas compras.
Após desaparecer, muitos acreditaram que ela havia se mudado para viver com parentes ou se juntado a uma seita religiosa, como rumores sugeriam na época.

A descoberta de seu corpo ocorreu quando representantes do prédio decidiram reformar o edifício e notaram que Hedviga não havia respondido às notificações.
Nada foi mexido
Ao arrombarem a porta de seu apartamento, encontraram-na deitada na cama, envolta por cobertores, com uma xícara de chá ao lado e a televisão ligada.
O local estava intacto, coberto por teias de aranha, como se o tempo tivesse parado. A autópsia não conseguiu determinar a causa exata da morte, mas estimou que ela ocorreu durante uma estação fria, o que contribuiu para a preservação do corpo.
A imprensa internacional repercutiu amplamente o caso. O jornal britânico The Guardian destacou a negligência das autoridades e vizinhos em não notarem sua ausência por tanto tempo.
O Daily Telegraph questionou como as contas de eletricidade continuaram sendo pagas, descobrindo-se que o arquiteto do prédio, que havia morrido em 2005, era quem mantinha os pagamentos em dia.
O New York Times abordou o isolamento social crescente nas cidades modernas, usando o caso de Hedviga como exemplo extremo.
O caso de Hedviga Golik levanta questões profundas sobre o isolamento social e a responsabilidade comunitária.
Em uma era de conexões digitais, sua história serve como um lembrete sombrio da importância de mantermos laços humanos e cuidarmos uns dos outros.