‘Primórdios digitais’: veja onde ver as obras com macacos hiperconectados que ficam nas ruas do Rio até dia 10


Esculturas do artista visual Beto Gatti estão em espaços de grande circulação no Rio desde 14 de maio. Obras retratam primatas com corpos humanos e questionam o comportamento obsessivo diante dos celulares, em detrimento das relações sociais no mundo contemporâneo. Obra da intervenção ‘Primórdios Digitais’, de Beto Gatti, na Lagoa Rodrigo de Freiras
João Ricardo Gonçalves/g1
Desde o dia 14, cariocas e turistas que passam por alguns pontos turísticos e locais de grande circulação do Rio estão dando de cara com macacos hiperconectados em “gadgets” como celulares, óculos de realidade virtual e drones.
As esculturas de até 2m de altura são obras da intervenção urbana inédita “Primórdios digitais”, do artista visual Beto Gatti. As obras retratam primatas com corpos humanos e questionam o comportamento obsessivo diante dos celulares, em detrimento das relações sociais no mundo contemporâneo.
As obras estão instaladas nos seguintes locais:
Rua Dias Ferreira (em frente ao número 175), no Leblon;
Calçadão da praia do Leblon, em frente à Rua José Linhares;
Às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura do Corte de Cantagalo.
Praça Mauá (em frente ao Museu do Amanhã)
Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim/Galeão. Neste último local, a escultura “Saudade” está instalada desde o ano passado e, agora, é incorporada à ação.
Obra da intervenção ‘Primórdios Digitais’, de Beto Gatti, no Rio
Divulgação
Obra da intervenção ‘Primórdios Digitais’, de Beto Gatti, na Lagoa Rodrigo de Freiras
Divulgação
Obra da intervenção ‘Primórdios Digitais’, de Beto Gatti, na Zona Sul do Rio
Divulgação
Mais sobre a obra e o artista
É a primeira vez que o trabalho de Gatti sai de instituições e galerias e ganha as ruas, com a intenção de ampliar a discussão sobre o paradoxo do mundo contemporâneo. “Vivemos entre o real e o digital, cercados por possibilidades infinitas de conexão, informação e aprendizado. Em paralelo, somos atravessados por sensações de aprisionamento e de comparações constantes, e por uma liberdade ilusória alimentada pela ‘egolândia’ digital em que o tempo e a presença se esvaem”, analisa.
Gatti afirma que constroi sua crítica a partir da dualidade presente na própria obra: utiliza tecnologia de ponta como ferramenta criativa, mas retorna às origens ao empregar materiais ancestrais como o bronze. Contrastes entre o primitivo e o digital, ou entre o corpo e a máquina, são constantes no projeto de intervenção. “Primórdios Digitais é um convite à pausa e à reflexão coletiva sobre o que nos conecta”, define o artista.
Aos 39 anos, Beto vive e trabalha na Zona Sul do Rio. Começou a produzir as esculturas que tratam de humanidade e tecnologia em 2021, como parte de uma série intitulada “A origem”, cujas três primeiras obras foram apresentadas na feira ArtRio do mesmo ano. Desde então, o trabalho de Gatti foi adquirido por instituições como o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) e cinco galerias estrangeiras: a inglesa Miart, a suíça Artion, a americana Carousel, a portuguesa Tilsitt e a montenegrina Gayo. Sua produção é disputada em leilões e feiras internacionais, como a Art Basel.
Em 2022, ele foi o único artista brasileiro convidado a criar uma escultura exclusiva para a Copa do Mundo no Catar. No mesmo ano, Beto criou uma obra única em bronze para uma iniciativa que unia arte, música e esportes em Alula, na Arábia Saudita. A peça segue instalada no Hotel Habitas.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.