
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, decidiu não participar da reunião, desta quinta-feira (15) com representantes da Rússia marcada para acontecer na Turquia, após a confirmação de que o presidente russo, Vladimir Putin, não compareceria ao encontro.
Zelensky está na Turquia e chegou a se reunir com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Uma fonte ucraniana havia informado à agência Reuters, na quarta-feira (14), que o líder ucraniano participaria das negociações.
A ausência de Putin fez com que Zelensky optasse por designar o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, para liderar a delegação ucraniana. Umerov é fluente em ucraniano, inglês, turco e russo.
Se ocorrer, esta será a primeira reunião direta entre representantes dos dois países desde 2022, quando a guerra teve início.
Zelensky destacou que a Ucrânia decidiu enviar uma delegação de alto nível para o encontro em Istambul, mesmo após a Rússia confirmar a presença de representantes de escalão inferior. Segundo ele, a decisão foi tomada em respeito ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
“Apesar do nível relativamente baixo da delegação russa, em respeito ao presidente Trump, ao alto nível da delegação turca e ao presidente Erdogan, ainda queremos tentar dar pelo menos os primeiros passos em direção a um cessar-fogo, então decidi enviar nossa delegação a Istambul agora”, afirmou.
O presidente ucraniano informou ainda que nem todos os integrantes da cúpula de governo estarão presentes, como o chefe do Serviço de Segurança e o Chefe do Estado-Maior. A delegação será liderada pelo ministro da Defesa, mesmo que o homólogo russo não compareça.
Zelensky também declarou esperar que novas sanções sejam impostas à Rússia, caso o Kremlin não tome medidas concretas para encerrar o conflito. Segundo ele, aliados europeus e o ex-presidente Trump já indicaram a possibilidade de aplicar sanções adicionais caso Moscou não aceite a proposta de cessar-fogo incondicional por 30 dias, apoiada pelos Estados Unidos.
Países europeus também indicaram a possibilidade de impor sanções “massivas” caso a Rússia não interrompa os combates até a próxima segunda-feira. No entanto, esse prazo pode ser revisto, diante da possibilidade de uma reunião entre os dois lados ainda nesta semana.
“A Ucrânia estava caminhando para um formato que poderia nos aproximar um pouco mais do fim da guerra. Mas isso não pode ser unilateral, apenas de um lado. E a pressão não pode ser unilateral”, disse Zelensky.
“É por isso que realmente queremos ver pressão contra a Rússia e Putin. Sanções da Europa, dos Estados Unidos e de outros países. Pelo menos sanções”, concluiu.