Desde o assassinato do chefe do Hamas, grupos terroristas e o Irã estão prometendo vingança contra Israel e aliados; Estados Unidos se preparam para o que podem ser ataques significativos no Oriente Médio ‘ainda nesta semana’. Pedido para reduzir tensões foi feito pelo embaixador dos EUA na Turquia, Jeff Flake
Reuters/Senate TV via Reuters/Handout
Os Estados Unidos pediram às autoridades turcas e a outros aliados que têm laços com o Irã para que pressionem o país a reduzir as tensões no Oriente Médio. De acordo com informações da agência Reuters desta terça-feira (13), o pedido foi feito pelo embaixador dos EUA na Turquia, Jeff Flake.
Desde o assassinato do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, e do comandante do Hezbollah Fuad Shukr no fim de julho, os grupos terroristas e o Irã vêm fazendo promessas de vingança contra Israel e seus aliados. O conflito, no entanto, agora parece próximo, e há grande preocupação com a escalada da guerra por toda a região.
“Pedimos a todos os nossos aliados que tenham qualquer relação com o Irã para que os pressionem a reduzir as tensões, e isso inclui a Turquia”, disse Flake em uma mesa-redonda com jornalistas em Istambul, enquanto se aproxima do fim de sua missão na Turquia.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou na segunda-feira (12) que os Estados Unidos se preparam para o que podem ser ataques significativos do Irã ou de seus representantes no Oriente Médio “ainda nesta semana”.
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Ismail Haniyeh, o líder político do Hamas apoiado pelo Irã, foi assassinado na capital iraniana, Teerã, em 31 de julho, desencadeando ameaças de vingança do Irã contra Israel, que está lutando contra o grupo islâmico palestino em Gaza. O Irã acusou Israel pelo assassinato. Israel não reivindicou a responsabilidade.
“Eles estão fazendo o que podem para garantir que não se agrave”, disse o embaixador sobre os interlocutores turcos de Washington, acrescentando que eles “parecem mais confiantes do que nós de que não irá se agravar”.
As relações entre EUA e Turquia têm sido tensas nos últimos anos devido à aliança dos americanos com os curdos sírios, que a Turquia considera terroristas, e à compra de sistemas de defesa S-400 da Rússia pela Turquia, que levou a sanções dos EUA e à remoção do programa de jatos F-35.
No entanto, Flake considerou que as relações EUA-Turquia estão agora “em um lugar melhor do que há algum tempo”. Ele destacou o “papel útil” que a Turquia desempenhou na maior troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Rússia desde a Guerra Fria, em Ancara no início de agosto.
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Em uma entrevista à Reuters em junho, Flake disse que a Turquia permanecia firmemente ancorada no Ocidente e sua parceria com os EUA nunca foi tão forte.
Flake afirmou na segunda-feira que a situação em Gaza tem sido “muito difícil”. Para ele, a retórica do presidente Tayyip Erdogan contra Israel atrapalha a Turquia desempenhar um papel como interlocutor. O embaixador disse ainda que a divisão entre os países sobre Gaza havia diminuído após Washington começar a “chamar ativamente” por um cessar-fogo, mas o atrito permanecia.
Promessas de vingança
Na sexta-feira (9), um vice-comandante da Guarda Revolucionária do Irã afirmou que está pronto para cumprir ordem do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, de “punir duramente” Israel pelo assassinato de Haniyeh.
“As ordens do líder supremo em relação à punição severa de Israel e à vingança pelo sangue do mártir Ismail Haniyeh são claras e explícitas… e serão implementadas da melhor maneira possível”, disse Ali Fadavi, citado pela mídia iraniana.
As de tensões no Oriente Médio entre Israel e Irã se acirraram na semana passada. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã.
Nesta quinta (7), o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, afirmou na rede social X que ligou para o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, para informá-lo sobre ajustes na postura das forças dos EUA e reforçar o apoio “inabalável à defesa de Israel”.