
Durante o conclave, os cardeais são hospedados na Casa Santa Marta, dentro do Vaticano, e seguem uma rotina bastante regrada — inclusive em relação às refeições.
Os eleitores são isolados do mundo externo: sem celulares, internet, televisão ou qualquer contato com o mundo exterior. Da Casa Santa Marta, eles são escoltados até a Capela Sistina para cada votação. O ritual pode durar de 2 a 3 dias e, durante esse período, o Vaticano estabeleceu de forma rigorosa como será o processo de alimentação dos cardeais.
As refeições servidas durante o conclave, segundo o iG apurou, são simples, equilibradas e preparadas por funcionários do próprio Vaticano. Existe uma supervisão cuidadosa para garantir a privacidade e a segurança do processo.
O cardápio costuma incluir: • Café da manhã: pão, manteiga, geleia, frutas, café, leite e chá. • Almoço e jantar: pratos simples da culinária italiana, como massas, risotos, carnes brancas grelhadas, legumes cozidos, saladas, e frutas de sobremesa. • Bebidas: água, vinho (moderadamente), café e chá.
Segundo uma reportagem do jornal italiano Corriere Della Sera, o cardápio inicia com um café da manhã simples, seguido de um almoço igualmente leve à base de carne branca ou peixe. Os acompanhamentos exigem adições de vegetais provenientes das hortas do próprio Vaticano.
Já no jantar, haverá espaço para cereais, vegetais e frutas da estação, além de peixes grelhados ou cozidos no vapor. “Eles vão preferir pratos leves. Os cardeais precisam de uma mente clara e de um corpo não muito cansado pela digestão”, segundo uma fonte do Vaticano ouvida pelo Corriere Della Sera.
Até mesmo doces são proibidos, exceto os mais simples, como biscoitos secos ou tortas, e vinho só com moderação. Uma culinária simples e nutritiva, com receitas inspiradas na tradição gastronômica italiana, em linha com as preferências do Papa Francisco.
Nesse sentido, não faltará a conhecida “pasta del Conclave”: um prato de entrada saboroso e leve, à base de massa, manteiga e parmesão. Bebidas destiladas e, curiosamente, aspargos também são proibidos. A exclusão do vegetal nunca foi esclarecida, mas acredita-se que possa estar ligada à presença de compostos de enxofre, inadequados para a convivência em ambientes fechados.
Não há luxo ou ostentação. O espírito é de recolhimento e simplicidade, para refletir a seriedade da escolha do novo Papa.
O conclave começa nesta quarta-feira, 7 de maio, e deve reunir 133 cardeais na Capela Sistina para eleger o 267º pontífice. São feitas até quatro votações por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Para eleger um Papa, são necessários dois terços dos votos. Após cada rodada de votação, as cédulas são queimadas, e se não há resultado, a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina é preta. Se um Papa for eleito, a fumaça é branca.
O conclave de 2025 deveria reunir 135 cardeais eleitores, porém dois representantes não poderão votar por motivos de saúde: o cardeal John Njue, do Quênia, e o cardeal Antonio Cañizares Llovera, de Valência, na Espanha.
Quando um cardeal atinge os dois terços necessários, a ele é perguntado: “Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?” Se aceitar, escolhe um nome papal e veste imediatamente a batina branca. Logo após, é anunciado ao mundo: “Habemus Papam”.