

Professor de canto que oferecia ‘chá de sêmen’ a alunas foi preso e ouvido pela Polícia Civil do Tocantins – Foto: Reprodução/ND
Hallan Richard Morais Cruz, 26, preso em flagrante em 25 de abril após oferecer um “chá de sêmen” a alunas em Porto Nacional (TO), a 52 km de Palmas, se apresentava nas redes sociais como um “músico cristão” e prometia melhorar o desempenho das cordas vocais.
Antes das aulas, o professor oferecia um “chá” para suas alunas, afirmando que ele ajudaria a cantar melhor. No entanto, uma delas suspeitou do líquido e acionou a polícia, que o prendeu. Ele confessou que a substância se tratava de seu próprio sêmen e, agora, é investigado por tentativa de violação sexual mediante fraude.
Professor que produziu ‘chá de sêmen’ se apresentava como guitarrista e cristão
Em suas redes sociais, Hallan dizia ser cristão e especialista em guitarra, postando vídeos tocando o instrumento na igreja. Além disso, ele também se apresentava como produtor musical e professor de canto.
Chamando atenção por seu talento, logo ele passou a oferecer aulas para mulheres que gostariam de aprender a cantar ou de aprender novas técnicas. Após a abordagem, ele oferecia um “chá” antes das aulas, prometendo que o líquido iria melhorar o desempenho das cordas vocais.
Após ser denunciado por uma aluna que estranhou o líquido, Hallan foi preso pela Polícia Civil. Segundo a SSP-TO (Secretaria da Segurança Pública do Tocantins), ele “foi ouvido e confessou o crime”. O órgão também afirmou que amostras da substância foram apreendidas e irão passar por perícia. Um celular e um HD também serão investigados para verificar se há conteúdos gravados das vítimas.

Hallan tocava em igreja e se apresentava como músico cristão – Foto: Divulgação/Agência Tocantins/ND
Nas redes sociais, um membro da igreja onde Hallan tocava afirmou que o músico era um membro não ativo que “fez parte do louvor da igreja até julho de 2024, mas foi afastado por problemas pessoais”.
Em nota, a empresa onde Hallan trabalhava afirmou ele “prestado serviços em setembro e outubro de 2023” e está “afastado das atividades da empresa desde então”. A companhia também manifestou “total repúdio a toda e qualquer conduta ilícita a ele imputada”.
Já a família do músico afirmou que, “ante a gravidade e reprovabilidade, bem como a repercussão do caso, a família atravessa um momento de grande sofrimento e se solidariza com as possíveis vitimas e seus familiares, com votos para que a justiça seja feita”.
Professor do ‘chá de sêmen’ tem outros antecedentes por suspeita de violência sexual
Hallan já respondeu por outros crimes sexuais, segundo a SSP-TO. Ele foi acusado de se masturbar em um ônibus e ejacular na camisa de uma mulher, em 2018, e por um estupro de vulnerável, em 2020. O primeiro processo foi encerrado, enquanto o segundo ainda tramita em segredo de justiça.
No processo de 2018, uma passageira relatou que Hallan ejaculou em sua camisa após se masturbar atrás dela em um ônibus. Ele foi identificado pela Polícia Civil, confessou o crime e afirmou que não se conteve “por achá-la bonita”. O caso foi registrado como importunação ofensiva ao pudor em local público e foi encerrado com um acordo em que ele doou uma cama box para uma instituição católica que atende menores em vulnerabilidade social.
Já em 2020, Hallan estava em uma festa de confraternização na casa de conhecidos e teria fotografado as partes íntimas de uma menina de 10 anos que estava dormindo. A vítima contou à mãe no dia seguinte que acordou com o professor de canto mexendo na calcinha dela. O caso foi registrado como estupro de vulnerável e segue sob investigação.

Além do caso do ‘chá de sêmen’, Hallan possui antecedentes por crimes de violência sexual – Foto: Divulgação/Agência Tocantins/ND
Desta vez, o crime do “chá de sêmen” foi autuado como tentativa de violação sexual mediante fraude. A Secretaria disse que ele foi autuado por tentativa – “uma vez que a vítima em questão não chegou a ingerir a substância entregue por ele”.
Como denunciar
A SSP-TO orienta que, caso haja outras vítimas, elas podem acionar a Polícia via 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher), pelo aplicativo Salve Mulher ou ainda procurar a 72ª Delegacia de Porto Nacional.