Homem viaja para São Paulo sem informação da VoePass se irmão estava em acidente aéreo

Família da vítima voou do Rio Grande à Natal, após pedido da companhia aéreaDivulgação/Voepass

Os familiares de Constantino Thé Maia, última vítima divulgada do acidente aéreo que resultou na morte de 62 pessoas em Vinhedo (SP) na última sexta-feira (9), viajaram para São Paulo mesmo sem ter a certeza de que ele estava entre os passageiros.

Após o acidente, a Voepass entrou em contato com a esposa de Constantino para perguntar se ele havia feito o check-in no voo. Segundo relato de José Ricardo Thé Maia, irmão da vítima, ao portal UOL, a família questionou como a companhia aérea não tinha essa informação.

“A gente falou: ‘Como assim? Não era para vocês terem confirmado a gente que ele estava no voo?'”, lembrou José Ricardo em conversa com jornalistas nesta segunda-feira (12).

Mesmo sem confirmação da morte, a empresa solicitou que os familiares se dirigissem a São Paulo. Constantino havia viajado do Rio Grande do Norte, onde residia, ao Paraná para participar de uma convenção a trabalho. Além dele, outras oito pessoas da mesma empresa estavam entre as vítimas.

A confirmação da morte de Constantino ocorreu apenas no sábado (10), enquanto seu irmão já estava na capital. A Voepass justificou o erro como “uma questão técnica relacionada às validações de check-in”, conforme informou ao UOL.

“Embarquei de Natal para São Paulo, sem saber se meu irmão era uma das vítimas, sem uma confirmação concreta”, relatou o irmão. “Quando eu cheguei aqui, no sábado, às 8 horas, no hotel, foi que eles disseram: ‘Atualizou [a lista] e seu irmão estava entre as vítimas’. Aquele fio de esperança foi embora”, acrescentou.

A demora na listagem gerou angústia na família. José Ricardo contou que os filhos de Constantino chegaram a pensar que ele poderia ter desistido de embarcar no último minuto, apesar de já ter confirmado o voo.

A família planejava comemorar o aniversário de José Ricardo na última sexta-feira, dia do acidente, e aguardava a chegada de Constantino para as celebrações. O irmão tinha a expectativa de buscá-lo no aeroporto de Natal naquele dia para a comemoração em família.

Agora, a família aguarda o relatório sobre a queda do avião para entender as causas do acidente. Jairo Thé Maia, outro irmão de Constantino, disse também ao UOL que não considerará o ocorrido um acidente se for comprovado que houve falta de manutenção na aeronave.

“Se o relatório disser que foi um acidente por causa de gelo na asa ou algo assim, fico muito tranquilo. Porém, se o relatório disser que foi uma sequência de erros e nesse erro está a falta de manutenção, não vou considerar isso um acidente”, declarou Jairo Thé Maia.

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