Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é a cidade com o pior indicador. Na cidade, mais de 177 mil habitantes – 4 em cada 10 moradores – comprometem pelo menos 30%do salário com o ir e vir. Mais de 1 milhão de moradores do Grande Rio comprometem ao menos 25% do que ganham com transporte
Um estudo da Casa Fluminense mosta quanto os custos do transporte público pesam no bolso do cidadão do Grande Rio. Mais de um milhão de pessoas que vivem na Região Metropolitana do estado comprometem pelo menos um quarto do salário com os deslocamentos.
Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é a cidade com o pior indicador. Na cidade, mais de 177 mil habitantes – 4 em cada 10 moradores – comprometem pelo menos 30%do salário com o ir e vir. Áreas com essas características são descritas pelo levantamento com as cores vermelha ou laranja e reúnem cerca de 875 mil pessoas.
Cidades onde a tarifa do transporte pesa mais no bolso têm também maior quantidade de negros e negras que a média brasileira. De acordo com o IBGE, no Brasil, pretos e pardos são pouco mais de 55% da população. Em Nova Iguaçu, Caxias e Belford Roxo, que estão em posições “vermelhas” no levantamento, pretos e pardos são 70%.
Já em áreas como Zona Sul, Barra da Tijuca e Niterói, representadas em azul no levantamento, os moradores gastam, em média, menos de 5% do que ganham pra andar pela cidade.
Mas ainda nesse locais, há quem pague o custo da desigualdade. Rocinha e São Conrado são vizinhos. Quem mora em São Conrado gasta está na área azul. Já o morador da rocinha está nas zonas laranja e vermelha.
Professora da Rede Pública, Giovana da Silva Fernandes conta que o preço do transporte piora inclusive a qualidade de sua alimentação. “Eu preciso me alimentar bem, pela minha saúde e pra render bem no trabalho. Pra não ir lá e cair na frente dos alunos. Mas aí eu priorizo a minha filha, a alimetação dela”, conta.
Já Marcos Bruno Borges tem 26 quilômetros e três conduções entre sua casa e o trabalho. Ele presta serviços na clínica da família do Morro da Coroa, Centro do Rio, e mora no Parque Lafayette, em Duque de Caxias. Com o salário de R$1412 não consegue dormir todos os dias na própria cama e passa a semana no abrigo popular da Praça Mauá. Só fica em casa sábado e domingo.
Quem está buscando emprego também vê a chance de conseguir a carteira assinada mais longe por causa dos custos de deslocamento. Nereide Fernandes, por exemplo, está há 8 anos em busca de um emprego.
“Porque eu não consigo emprego na cidade porque eu moro na Baixada , em Belford Roxo, e eles não querem pagar a passagem, mais de uma passagem. Geralmente é uma passagem que paga e pra mim não vale porque é dois ônibus ou três ônibus e trem e essas coisas”, conta ela.
“A gente discute o sistema único de mobilidade, que está no congresso nessa tentativa de regulamentar. Esse direito ao transporte é pensar que voce precisa de um sistema que tenha plano, que tenha conselho, que tenha fundo de financiamento e que tenha as três esferas comprometidas : o governo federal, o governo estadual e o governo municipal para garantir esse direito ao deslocamento”, diz Vitor Mihessen, pesquisador da Casa Fluminense.
Um estudo da Casa Fluminense mosta quanto os custos do transporte público pesam no bolso do cidadão do Grande Rio. Mais de um milhão de pessoas que vivem na Região Metropolitana do estado comprometem pelo menos um quarto do salário com os deslocamentos.
Belford Roxo, na Baixada Fluminense, é a cidade com o pior indicador. Na cidade, mais de 177 mil habitantes – 4 em cada 10 moradores – comprometem pelo menos 30%do salário com o ir e vir. Áreas com essas características são descritas pelo levantamento com as cores vermelha ou laranja e reúnem cerca de 875 mil pessoas.
Cidades onde a tarifa do transporte pesa mais no bolso têm também maior quantidade de negros e negras que a média brasileira. De acordo com o IBGE, no Brasil, pretos e pardos são pouco mais de 55% da população. Em Nova Iguaçu, Caxias e Belford Roxo, que estão em posições “vermelhas” no levantamento, pretos e pardos são 70%.
Já em áreas como Zona Sul, Barra da Tijuca e Niterói, representadas em azul no levantamento, os moradores gastam, em média, menos de 5% do que ganham pra andar pela cidade.
Mas ainda nesse locais, há quem pague o custo da desigualdade. Rocinha e São Conrado são vizinhos. Quem mora em São Conrado gasta está na área azul. Já o morador da rocinha está nas zonas laranja e vermelha.
Professora da Rede Pública, Giovana da Silva Fernandes conta que o preço do transporte piora inclusive a qualidade de sua alimentação. “Eu preciso me alimentar bem, pela minha saúde e pra render bem no trabalho. Pra não ir lá e cair na frente dos alunos. Mas aí eu priorizo a minha filha, a alimetação dela”, conta.
Já Marcos Bruno Borges tem 26 quilômetros e três conduções entre sua casa e o trabalho. Ele presta serviços na clínica da família do Morro da Coroa, Centro do Rio, e mora no Parque Lafayette, em Duque de Caxias. Com o salário de R$1412 não consegue dormir todos os dias na própria cama e passa a semana no abrigo popular da Praça Mauá. Só fica em casa sábado e domingo.
Quem está buscando emprego também vê a chance de conseguir a carteira assinada mais longe por causa dos custos de deslocamento. Nereide Fernandes, por exemplo, está há 8 anos em busca de um emprego.
“Porque eu não consigo emprego na cidade porque eu moro na Baixada , em Belford Roxo, e eles não querem pagar a passagem, mais de uma passagem. Geralmente é uma passagem que paga e pra mim não vale porque é dois ônibus ou três ônibus e trem e essas coisas”, conta ela.
“A gente discute o sistema único de mobilidade, que está no congresso nessa tentativa de regulamentar. Esse direito ao transporte é pensar que voce precisa de um sistema que tenha plano, que tenha conselho, que tenha fundo de financiamento e que tenha as três esferas comprometidas : o governo federal, o governo estadual e o governo municipal para garantir esse direito ao deslocamento”, diz Vitor Mihessen, pesquisador da Casa Fluminense.