

Palhoça completa 131 anos nesta quinta-feira (24) – Foto: Germano Rorato/ND
Antes de se tornar uma das cidades que mais crescem em Santa Catarina, Palhoça era apenas uma extensão de outras cidades.
Já foi parte de Florianópolis, até 1833, depois integrou São José, até ser elevada a município, quando conquistou a emancipação política e administrativa, em 24 de abril de 1894.
Desde então, se transformou na casa de quem nasce, e destino de quem chegou depois e de quem constrói o futuro do município, celebrando hoje seu aniversário de 131 anos.
Tradição açoriana na Palhoça
Na Enseada de Brito, onde o tempo parece andar devagar, vive Leila de Liz, artesã e professora, em um dos casarios açorianos que se repetem ao longo da rua, lado a lado.
O imóvel, com pelo menos 100 anos, de janelas azuis, paredes amarelas e alma portuguesa, é o cenário onde Leila produz, dentre tantas outras artes, suas miniaturas de cerâmica.
São réplicas delicadas de casas como a dela, que resgatam as tradições do lugar, como as bandeiras do Divino Espírito Santo na sacada, típicas da Festa do Divino.
“Eu fui criada na rua da Igreja Matriz de Barreiros, mas já morei em tantas casas pela Grande Florianópolis que nem me lembro. Depois da pandemia, quando fiquei literalmente presa no aeroporto porque não estavam partindo e aterrissando voos, fiquei seis meses sem poder voltar”, conta.
“E quando cheguei em Florianópolis, disse que ia morar na praia. E escolhi aqui. E deu muito certo. Eu adoro essa região, bem histórica, tem um silêncio, uma paz”, continua Leila.

Leila de Liz aproveita a calmaria que é viver na Enseada de Brito para produzir seus artesanatos – Foto: Germano Rorato/ND
A vida na rua, o ponto de encontro em Palhoça
O bairro Pedra Branca, em Palhoça, é o ponto de encontro para quem deseja conversar e explorar as diversas opções de comércio.
Na praça, as cadeiras posicionadas na sombra das árvores parecem traduzir a rotina tranquila de quem escolheu o local como lugar para viver – e amar.
“Sou nascida em Londrina (PR), mas moro aqui há mais de 10 anos. Eu gosto de morar aqui. O que mais me atrai é poder ficar desse jeito, descansando, conversando”, conta a analista Patrícia Lima.
Ao lado da filha Paola, aproveitava o fim da tarde de terça-feira para dividir histórias com as amigas de longa data. A sensação de segurança, para ela, é um dos maiores bens do bairro.
“Esse espaço que temos aqui é tão bom. Que a gente não perca pela falta de segurança”, completa.

Na Pedra Branca, Fabíola (à esq.), Juliana, Patrícia e Paola tomam sol e conversam enquanto observam as crianças brincando – Foto: Germano Rorato/ND
Sentada ao lado de Patrícia, a assessora Juliana Kretzer relembra como foi quando chegou na cidade.
“Eu também moro aqui há 10 anos. Sou natural de São José, mas vejo que o bairro da Pedra Branca cresceu muito nos últimos anos. É um bairro bem família, até para as crianças brincarem, e tem essa rota gastronômica que é muito boa.”
Juliana sugere que esse tipo de infraestrutura seja ampliado. “Sinto falta de mais vilas gastronômicas, porque é mais aqui na Pedra Branca. O resto da Palhoça não tem muito disso. Chamaria mais o público.”
Quem também dividia a praça naquele dia era a dona de casa Eduarda Rosa, com o marido Vinícius e os filhos Giuseppe, de três anos, e Jordan, de apenas três meses.
Todos naturais de Palhoça, Eduarda revelou valorizar o equilíbrio entre vida familiar e acesso a serviços.
“Gostamos muito dessa região. É um espaço bem familiar. Conseguimos ter tempo em família e acesso fácil à gastronomia. Eu acho que faltam mais espaços como esse na cidade”, observa.
No Centro da cidade, Thais Monique Roman passeava com a filha Thainá, de 9 anos. Estudante, ela comentou sobre a tranquilidade da cidade e a estrutura educacional.

Thais Monique Roman, com a filha Thainá, elogia a tranquilidade e a estrutura educacional do município – Foto: Germano Rorato/ND
“Eu moro aqui com o meu marido e as minhas duas filhas há 13 anos. Nós adoramos. É um lugar mais sossegado, tranquilo. Esses tempos pude conhecer a Faculdade Municipal de Palhoça e estou encantada de saber que tem essa estrutura de ensino, além de comércio próximo. Eu não mudaria nada. A cidade está gostosa do jeito que tá.”