Menino de 9 anos agredido pelo pai em MG diz que agressões começaram após briga com o irmão mais novo


Criança contou à PM que agressões envolveram tapas, socos, chineladas e até enforcamentos. Pai foi preso em flagrante em João Pinheiro, no Noroeste de Minas. Pai é preso por torturar e espancar criança em João Pinheiro
O menino de 9 anos torturado pelo próprio pai durante 7 horas seguidas, contou que as agressões começaram porque ele havia discutido com o irmão mais novo, de acordo com a Polícia Militar (PM). O crime foi registrado no sábado (19) no Bairro Cais, em João Pinheiro, no Noroeste de Minas.
Segundo o processo do caso, o menino contou para a mãe que as agressões começaram às 18h do sábado e terminaram entre 1h e 2h da madrugada de domingo (20).
A denúncia foi feita pela mãe da criança, que notou os ferimentos pelo corpo da vítima. Conforme o médico que avaliou a criança na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de João Pinheiro, a criança chegou ao local relatando dor intensa em todo o corpo, com presença de hematomas, equimoses, edemas e escoriações.
Ainda de acordo com o menino, ele chegou a desmaiar durante o espancamento, que envolveu tapas, socos, chineladas e até enforcamentos.
O homem foi preso em flagrante na segunda-feira (21) e teve a prisão convertida em preventiva na terça-feira (22).
Ao g1, o delegado Cleto Portela informou que a Polícia Civil investiga o caso e que o crime é tratado como tortura.
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Conselho Tutelar acompanha o caso
O Conselho Tutelar também acompanha o caso. De acordo com uma conselheira tutelar, o menino passou por escuta especializada e o laudo será enviado para a Justiça.
“A atitude da mãe foi importante nesse caso, porque muitas vezes a família é omissa. Graças a Lei Henry Borel, agora podemos atuar imediatamente em casos como esse e não permitir que a criança seja exposta a situações degradantes”, comentou o Conselho.
Ainda de acordo com o Conselho Tutelar, o menino está bem e está na casa da mãe junto com o irmão.
Ao Conselho, a mãe das crianças relatou que está separada do ex-marido e que, atualmente, vive com um homem com quem tem um relacionamento.
Segundo a mulher, ela e o ex-marido combinaram que o filho de 9 anos ficaria com ele e o mais novo, de 4 anos, com ela.
“Ela nos contou que ele é um pai presente, disposto a cuidar do filho e que ia, inclusive, nas reuniões escolares. Na ocasião, ela afirmou que chamou a PM porque não concordava com o modo como o ex-companheiro havia corrigido o filho”, ressaltou o Conselho Tutelar.
Ainda de acordo com a conselheira, a criança está bem, sem ferimentos aparentes e que está ansiosa para retornar à escola.
Sessão de tortura
Segundo a PM, a sessão de agressões durou cerca de sete horas. Após tomar conhecimento do que havia ocorrido, a mãe levou o filho para ser atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A PM foi acionada e localizou o homem escondido no quintal da casa onde morava. O homem negou as acusações e disse ter apenas “corrigido” a criança.
A mãe da vítima afirmou que tem vídeos, fotos e gravações que comprovam as agressões e que serão encaminhadas à Polícia Judiciária. O homem tem passagens pelos crimes de roubo e tráfico de drogas.
Segundo a Polícia Civil, após os procedimentos, o agressor foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.
Conforme preconiza o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), o caso segue sob sigilo.
O g1 questionou a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) se o suspeito deu entrada em alguma unidade prisional da região e aguarda retorno.
Homem foi preso na segunda-feira (21)
Reprodução/Redes Sociais
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