Dono da Dolly é condenado à prisão por crime ambiental em SP

A Justiça de São Paulo condenou o empresário Laerte Codonho, dono da  marca de refrigerantes Dolly, pela destruição de uma área de preservação ambiental, entre 2015 e 2016, em São Lourenço da Serra, na região metropolitana de São Paulo.

Dono da Dolly com refrigerante em suas mãos

Dono da Dolly foi denunciado após adquirir terreno em 2014 – Foto: Divulgação/ND

O empresário foi condenado a uma pena de 11 anos, quatro meses e um dia de reclusão em regime inicialmente fechado, além de quatro anos, dez meses e quatro dias de detenção em regime semiaberto, conforme sentença assinada pelo juiz Djalma Moreiras Gomes Junior. Ele também terá que pagar uma multa de R$ 570 mil sem considerar a correção monetária, que ainda será calculada.

A pena de reclusão é aplicada pela Justiça em condenações mais graves, e deve ser cumprida em estabelecimentos de segurança máxima ou média, segundo o Código Penal. Já a de detenção é aplicada para casos considerados mais “leves” e, por isso, não admite o regime fechado.

Dono da Dolly foi condenado por quatro crimes

O juiz considerou o empresário culpado pelos crimes de corrupção ativa, destruição de floresta de preservação permanente, falsificação de documentos e falsidade ideológica.

O que diz a denúncia do MP contra dono da Dolly

Conforme o Ministério Público, o empresário adquiriu em 2014 um terreno em São Lourenço da Serra, por meio da empresa StockBank, com mais de 147 mil metros quadrados, em uma APP (Área de Preservação Permanente) e APM (Proteção de Mananciais).

A empresa precisaria de licenças ambientais para fazer obras no local, mas a denúncia afirma que o dono da Dolly teria cometido uma série de crimes para explorar o terreno, entre eles a corrupção de um diretor de obras da cidade, que liberou o início dos trabalhos no local sem os licenciamentos ambientais.

Conforme a denúncia, policiais civis da Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente de Taboão da Serra teriam recebido propina para se omitir de adotar providências durante o período de obras. Com isso, diversos hectares de floresta do bioma Mata Atlântica foram danificados.

Também foram condenados um diretor e dois funcionários do grupo Dolly, um advogado que representou a empresa de StockBank, um agente policial que teria aceitado verba para se omitir do caso, e dois sócios de duas empresas que atuaram na terraplanagem do terreno.

A defesa alegou falhas no processo e afirmou que irá recorrer da decisão. Os advogados do empresário negaram as acusações e afirmaram que “não há um só elemento que indique que Laerte Codonho tenha efetivamente praticado os delitos que lhe foram imputados”.

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