Vladimir Putin condiciona cessar-fogo com a Ucrânia a uma série de exigências, como manter definitivamente territórios que invadiu

Depois de ouvir as declarações de Putin, o presidente americano Donald Trump deu a entender que a Ucrânia terá que aceitar a perda de territórios. Putin condiciona cessar-fogo com a Ucrânia a exigências, como manter territórios que invadiu
O presidente da Rússia disse nesta quinta-feira (13) que aceita um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, mas Vladimir Putin impôs uma série de condições. Entre elas, manter definitivamente os territórios que invadiu.
Vladimir Putin falou pela primeira vez sobre o tema desde que a Ucrânia concordou com a proposta americana de um cessar-fogo. Primeiro, agradeceu a Donald Trump e aos líderes dos Brics – Brasil, Índia, China e África do Sul – pelos esforços para acabar com a guerra. Putin disse que apoia a proposta americana de um cessar-fogo de 30 dias, com uma série de ressalvas.
“A ideia em si é correta, e certamente a apoiamos. Mas há questões que precisamos ainda discutir”, afirmou Putin.
Putin questionou, por exemplo, se a Ucrânia continuará recebendo armas durante a trégua de 30 dias, se usaria o tempo para treinar seus militares e como o cessar-fogo seria monitorado ao longo de 2 mil quilômetros de fronteira e o que aconteceria com a região russa de Kursk onde suas tropas agora cercam soldados ucranianos.
Putin exige grandes concessões da Ucrânia – e, indiretamente, da comunidade internacional. Segundo Putin, para levar a uma paz duradora, a trégua terá que remover o que ele chama de causas do conflito. O presidente russo exige que:
a Otan, a Aliança Militar do Ocidente, não aceite a Ucrânia ;
o país vizinho não receba tropas de paz;
a Ucrânia e a comunidade internacional reconheçam como russas as regiões ucranianas que Putin anexou – ilegalmente. Isso significa um quinto do território da Ucrânia.
O presidente ucraniano relatou nesta quinta-feira (13) que pediu aos Estados Unidos garantias de segurança ao país e também reforçou a importância da cooperação com os parceiros da Europa. Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de tentar prolongar o conflito e disse esperar que o governo de Donald Trump – que o colocou na parede nos últimos meses – agora pressione a Rússia.
Trump classificou as declarações de Putin como “muito promissoras”, mas incompletas, e disse que está disposto a se encontrar ou falar pelo telefone com ele, só que isso tem que ser rápido, para poupar vidas. O presidente americano reafirmou que a Ucrânia terá que aceitar a perda de territórios.
“Estamos discutindo com os ucranianos que parte eles vão manter e quais vão perder”, disse Trump.
Incluindo a usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada na Ucrânia e que atualmente está nas mãos dos russos.
“A Rússia não tem pressa para chegar a um acordo de paz ou a um cessar-fogo. A Rússia acredita que tem uma vantagem militar neste momento. Uma Ucrânia próspera, democrática e integrada ao Ocidente representa um desafio ao regime de Vladimir Putin, porque, se a Ucrânia se desenvolver economicamente e se tornar mais próspera, muitos russos podem se perguntar: ‘Por que nós não podemos também passar por um processo de democratização e ter um futuro mais próspero, como a Ucrânia?'”, diz o pesquisador da Universidade de Harvard, Oliver Stuenkel.
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