Irmãos são condenados há mais de 30 anos de prisão por torturar técnico de telecomunicação, matar e jogar corpo de pedreira no ES


Outro homem também foi condenado por ser o executor do crime que ocorreu em 2022. Cíúme foi a motivação do crime, segundo apontou as investigações da Polícia Civil. Grupo é preso por tortura e morte em Joana D’Arc
Três pessoas foram condenadas, nesta terça-feira (11), pelo assassinato do técnico em telecomunicações José Marcos Delfino Chaves, de 46 anos. Os envolvidos no crime espancaram, mataram, jogaram a vítima de uma pedreira e depois arrastaram o corpo amarrado em um carro para mudar o local da desova. O crime aconteceu em 6 de junho de 2022, no bairro Resistência, em Vitória.
O julgamento durou 13 horas no Tribunal do Júri no Fórum Criminal de Vitória. Dois dos condenados são irmãos, Jadiane Nascimento de Souza e Jadiel Martins de Souza Filho. O terceiro, Jhonorton Dias Souto, atuou como executor.
Somada a condenação de cada um, as penas chegam a 93 anos e dez dias a serem cumpridas em regime fechado.
Confira o tempo de condenação:
Jadiane Nascimento de Souza (Jade), ex-companheira da vítima – 32 anos, 1 mês e 10 dias;
Jadiel Martins de Souza Filho (Neném), irmão de Jadiane – 34 anos, 4 meses e 10 dias;
Jhonorton Dias Souto (Jhon), apontado como um dos executores – 27 anos, 2 meses e 20 dias.
Jadiani Nascimento de Sousa, Jadiel Martins de Souza Filho e Johnorton Dias Souto foram condenados pela morte do técnico de telecomunicações.
Reprodução | TV Gazeta
Ciúmes motivaram o crime
Durante as investifações, o delegado Marcelo Cavalcante apontou ciúmes como a motivação para o homicídio.
Isso porque Jadiel achava que José tinha tentado se envolver com a namora dele, que era menor de idade. Segundo a família da vítima, a investigação comprovou que não existia nenhuma relação entre os dois.
O trio foi condenado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel, e com recurso que dificultou a defesa da vítima) e corrupção de menores.
Já os irmãos Jadiane e Jadiel também foram condenados por furto, já que pegaram o telefone e cartões de José.
Com os objetos, realizaram compras e transferências bancárias da conta do morto. Jadiel e Jhonorton também foram condenados por ocultação de cadáver (duas vezes, no caso de Jadiel).
José Marcos Delfino Chaves foi morto em 2022, na Grande Vitória, após uma emboscada
Reprodução | TV Gazeta
Os dois jogarem a vítima de uma predreira, tiraram o cadáver do local a mando de traficantes da região. O corpo foi abandonado próximo à chefatura da Polícia Civil, localizada no bairro Santa Luíza.
Caixão fechado
Após a sentença, a sobrinha da vítima, que não quis se identificar, contou ao g1 que a família agora sente que a justiça foi feita.
Apesar do sentimento, a dor da saudade permanece e a dor de não poder ter visto o tio pela última vez, já que o caixão precisou ser velado fechado.
“O mais revoltante é a forma brutal como deixaram o corpo dele. Foi tanta covardia que nem mesmo o caixão pôde ser aberto. Ele estava com as costelas quebradas, o corpo todo torcido e o pé pendurado apenas pela pele. Uma crueldade que não se faz nem com um animal”, contou a sobrinha.
A familiar, que também era afilhada da vítima, acredita que a situação poderia ter sido evitado na época. Porém, por pura ganância e mentiras, decidiram matar o tio dela.
“Além disso, todas as alegações de que meu tio teria dado em cima da menina são falsas. Há provas disso, incluindo prints das conversas, eles inventaram isso pra tentar sair bem na justiça, mas não deu certo graças as provas. Agora, que eles paguem por tudo na cadeia. Graças a Deus, a justiça foi feita!”, informou a mulher.
Além da saudade, algumas sequelas físicas ficaram. A sobrinha explicou que a avó sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC) devido ao caso e passou por mais de 3 cirurgias em menos de um mês e agora, precisa ser cuidada 24h.
Entenda o caso
Jadiel Martins de Souza Filho, de 24 anos, teria sentido ciúmes da própria namorada, que era menor de idade, com a vítima.
Tudo teria começado quando quando Jadiane teria inventado e dito ao irmão que o ex-companheiro queria se relacionar sexualmente com a adolescente, então namorada de Jadiel.
Com esse pretexto, os irmãos convenceram a adolescente a atrair, por mensagens, a vítima para um bar da região, alegando que havia terminado o relacionamento com Jadiel. No local do encontro, Jadiane estava escondida e avisou Jadiel da presença de José Marcos.
Do bar, a vítima foi levada para a pedreira de Joana D’arc, onde Jadiel e Johnorton espancaram, mataram e jogaram a vítima do alto da pedreira. As investigações apontaram que José Marcos foi morto a pauladas e facadas.
“A vítima foi acusada de ‘dar em cima’ da companheira de um dos autores”, falou o delegado Marcelo Cavalcante.
Após o crime, os acusados empurraram o corpo da vítima até um segundo nível de um paredão da pedreira. Entretanto, segundo o MPES, no dia seguinte, integrantes do tráfico da região ordenaram que Jadiel e Jhonorton retirassem o corpo do local.
Com isso, os dois empurraram o cadáver até uma lagoa. Assim, o corpo da vítima, foi amarrado com uma corda a um veículo e arrastado até o local onde foi abandonado, próximo à chefatura da Polícia Civil, localizada no bairro Santa Luíza.
Nesse momento, três outras pessoas ajudaram a puxar o corpo. O MP informou que eles irão a julgamento posteriormente, porque apresentaram recursos à Justiça.
Outros três suspeito serão julgados pelo crime.
Reprodução | TV Gazeta
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