Catedral de Ribeirão Preto abre visita guiada e tenta resgatar história com apoio da comunidade


Visitas acontecem aos sábados e são gratuitas, mas para participar, é preciso se inscrever via WhatsApp. Catedral Metropolitana de São Sebastião em Ribeirão Preto, SP
Aurélio Sal/EPTV
A partir desde sábado (8), a Catedral de Ribeirão Preto (SP) abre as portas para visitas guiadas com historiadores e pesquisadores, que vão apresentar aos visitantes as riquezas artísticas e culturais do local.
Construída em 1917, a igreja se tornou importante patrimônio histórico e religioso da cidade, mas tem enfrentado problemas estruturais e pede apoio para restauro e preservação.
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À EPTV, afiliada da TV Globo, a historiadora Nainora Maria Barbosa de Freitas, explica que o objetivo da visita guiada é mostra que a Catedral reúne fé e arte.
“É um lugar repleto de curiosidades históricas que muitos não conhecem, e é essencial que mais pessoas se conectem com esse legado. Aqui temos uma história que precisa ser preservada e a melhor forma de fazer isso é mostrando à população a grandiosidade do que temos dentro da Igreja”.
As visitas guiadas são gratuitas, mas as inscrições devem ser feitas com antecedência pelo WhatsApp, por meio do número (16) 99344-0156. São 18 vagas por turma e o projeto funciona aos sábados, das 13h30 às 14h30 e das 14h30 às 15h30.
Vitrais, altares e artistas
Nainora conta que os visitantes poderão conhecer em detalhes as obras de arte da igreja, como os vitrais feitos pela Casa Conrado, família de origem alemã responsável por peças espalhadas por todo o Brasil.
“Os vitrais não apenas representam um meio de evangelização, mas também são elementos que embelezam a Catedral e enriquecem sua arquitetura”.
Vitral da Catedral Metropolitana de São Sebastião em Ribeirão Preto, SP
Aurélio Sal/EPTV
Além disso, as visitas guiadas incluem a arte dos altares laterais e pinturas de diversos artistas que marcaram a história da Catedral.
“Quando falamos de patrimônio, estamos falando não só do templo, mas das pessoas que fizeram parte dessa história. A Catedral é um patrimônio de todos, e nossa missão é garantir que esse legado seja transmitido às futuras gerações”.
História e desafios
A construção da Catedral é marcada pela contribuição da comunidade e pelo esforço de diversos moradores de Ribeirão Preto ao longo dos anos.
Desde o início, a igreja foi erguida com doações de fiéis e fazendeiros, que deram as terras para a obra. A primeira capela oficial da cidade foi construída na Praça XV, onde hoje está localizada a Fonte Luminosa, ponto central do crescimento de Ribeirão Preto, como conta a historiadora Milena Silveira. .
“A partir de 1900, a cidade começa a se desenvolver e uma das justificativas para a construção de uma nova catedral era justamente o crescimento da cidade. As pessoas sentiam que era necessário uma igreja maior para comportar a nova realidade”.
Em 1904, foi lançada a Pedra Fundamental da nova matriz na Rua Florêncio de Abreu e, após anos de construção, a Catedral Metropolitana de São Sebastião foi inaugurada em 1917, com arquitetura imponente, influenciada pelo estilo neogótico, e jardins laterais que hoje fazem parte da Praça das Bandeiras.
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Segundo Milena, durante muito tempo, a catedral foi o prédio mais alto e imponente de Ribeirão Preto, e chegou a ser considerada símbolo do progresso.
“A Catedral pode ser considerada um marco do desenvolvimento da cidade”.
Ao longo das décadas, Ribeirão Preto se expandiu ao redor da catedral, com novos bairros, indústrias e fábricas. A igreja passou a ser um patrimônio cultural, econômico e político da cidade e palco de eventos históricos, inclusive durante a ditadura militar.
Altar da Catedral Metropolitana de São Sebastião em Ribeirão Preto, SP
Aurélio Sal/EPTV
Com o passar dos anos, o desgaste da construção começou a afetar a estrutura.
“Quando assumi a Catedral há 22 anos, já percebia algumas rachaduras surgindo, especialmente na torre, que afeta toda a estrutura da Igreja”, diz o pároco Francisco Jaber.
Recentemente, foi detectado um deslocamento na torre e a necessidade de estabilizá-la, o que faz parte do projeto de restauro que inclui o reforço na estrutura e, posteriormente, o reparo no telhado.
Para que o restauro seja realizado, no entanto, é necessário um grande aporte de recursos financeiros, que depende, mais uma vez, da comunidade.
“Se você voltar nos livros de história, vai perceber como a comunidade sempre se envolveu nas grandes transformações e melhorias da catedral. Ela é um patrimônio vivo, que precisa da ajuda de todos, não apenas como um espaço de fé, mas como uma parte essencial da identidade e memória coletiva de Ribeirão Preto”, explica Milena.
Rachaduras na Catedral Metropolitana de São Sebastião, em Ribeirão Preto (SP).
Carlos Trinca/EPTV
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