Rio chegou a ultrapassar 1,50 metro no fim de semana, mas já voltou a reduzir nesta segunda-feira (12). Menor cota já registrada foi de 1,25 metro em outubro de 2022. Rio está há mais de dois meses abaixo de quatro metros
Victor Lebre/g1
Mesmo com oscilações nos primeiros dias do mês de agosto, o Rio Acre permanece a pouco mais de 20 centímetros da menor cota já registrada na capital, que é de 1,25 metro, registrada em 2 de outubro de 2022. O rio chegou a ultrapassar 1,50 metro nesse fim de semana, mas já voltou a reduzir nesta segunda-feira (12). (Veja oscilação abaixo)
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Até esta segunda, a maior cota registrada segundo levantamento da Defesa Civil Municipal foi de 1,54 metro no sábado (10).
Na sexta (9), o rio também já havia ficado acima de 1 metro e meio, com 1,51 metro. Nos demais dias, a cota ficou entre 1,48 e 1,44 metro. Ainda conforme o levantamento, o único dia com acúmulo de chuvas foi na sexta, com 01,06mm.
Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravado em razão da falta de chuvas na região. Esta situação generalizada perdura há pelo menos um mês.
A situação contrasta com a vivenciada entre fevereiro e março, quando o Acre passou pela segunda maior enchente de sua história desde 1971, ano em que a medição começou a ser feita. Na época, a inundação provocada pelo Rio Acre fez com que mais de 11 mil pessoas deixassem suas casas. Agora os acreanos vivem o contrário da cheia.
O manancial se encontra abaixo de 4 metros há mais de dois meses. Em junho, o acumulado de chuvas em Rio Branco não passou de 21,1 milímetros. O número representa apenas 34% do total esperado, que era 62 milímetros.
O g1 tenta contato com a Defesa Civil de Rio Branco para saber se a oscilação pode ser significativa para o mês e a expectativa de chuvas, e aguarda retorno até a última atualização desta reportagem.
Menor cota
Em 2022, a seca levou o Rio Acre a bater recordes negativos pelo menos quatro vezes. A cota histórica era de 1,30 metro, registrada em 2016.
Há dois anos, o manancial marcou esse nível no dia 10 de setembro. No dia 11, o rio reduziu para 1,29 metro, e depois seguiu em baixa até o dia 29 quando chegou a 1,26 metro. Na manhã do dia 2 de outubro o nível chegou à marca de 1,25 metro, a menor da série histórica iniciada em 1971.
Contingência
O governo do estado decretou, no dia 11 de junho, situação de emergência por conta da seca e emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais. Veja detalhes abaixo.
Duas semanas depois, foi montado um gabinete de crise para discutir e tomar as devidas medidas com redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, bem como do risco de incêndios florestais. O decreto com a criação deste grupo foi publicado no dia 26 de junho, em edição do Diário Oficial do Estado (DOE), e fica em vigência até dia 31 de dezembro deste ano.
No ano passado, o decreto de emergência foi publicado em outubro. O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse que o plano estadual de contingenciamento já foi elaborado.
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Rio Acre na capital abaixo dos 2 metros
Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco
No dia 28 de junho, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também assinou um decreto de emergência em razão do baixo nível do Rio Acre e da falta de chuvas.
A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.
O mesmo quadro foi observado em 2016, ano com a segunda pior seca. Em 17 de setembro, o rio atingiu a menor cota histórica da época: 1,30 metro.
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