Tecnologia monitora mosca da fruta no campo e envia relatório a cada 24 horas


Uso do equipamento permite o início rápido de estratégias de combate Equipamento identifica presença, mas também espécie, sexo e tamanho da mosca-da-fruta no campo
Acervo/Tarvos
Um equipamento que monitora a presença da temível mosca-da-fruta no campo e envia relatórios diários e automáticos para o produtor chegou ao Vale do São Francisco. A tecnologia, que funciona com energia solar e envia as informações por satélite, é uma inovação da empresa brasileira Tarvos, empresa parceira da Seiva do Vale. Pelo menos 300 equipamentos já estão em funcionamento em fazendas da região.
O equipamento foi apresentado aos produtores durante a Expo Manga, que aconteceu nos dias 25 e 26 de julho em Petrolina. O evento reuniu cerca de 1 mil pessoas entre produtores e fornecedores de insumos e colocou luz sobre questões relacionadas à necessidade de garantir uma produção cada vez mais sustentável, com uso de tecnologias e técnicas que reduzem o impacto ambiental e social da cultura.
Armadilha, câmera e inteligência artificial
De acordo com a equipe técnica da Tarvos, cada equipamento tem capacidade para monitorar até 10 hectares de plantação. Ele registra a presença do inseto através de um mecanismo engenhoso: um piso autocolante e com um feromônio que atrai a mosca funciona como uma armadilha e, uma vez que o inseto fica preso, ele é fotografado pelo equipamento, munido de Inteligência Artificial capaz de identificar a espécie da mosca.
A cada 24 horas, sempre às 6h45 do dia, ele emite um relatório com os achados, que chega ao celular do produtor e indica quantas moscas foram flagradas. Com essa informação em mãos, o produtor consegue tomar medidas para combater a praga. De acordo com a equipe técnica da Tarvos, o índice limite de registro é de 1 mosca neste prazo. Se o relatório indicar mais do que isso, é hora de agir.
Critério para exportação
O controle da mosca-da-fruta é imprescindível para o fruticultor, especialmente para quem tem foco na exportação. De acordo com informações da Embrapa, essas moscas fazem parte de um grupo de pragas responsáveis por grandes prejuízos na cultura da manga. Além de afetarem diretamente a produção, elas são alvo de barreiras impostas por países importadores.
Os produtores do Vale do São Francisco precisam, inclusive, emitir relatórios de controle da praga para receber liberação para exportação junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
A mosca costuma aparecer na fase final do ciclo, próximo do período de colheita, quando coloca seus ovos na manga, preferencialmente as mais expostas ao sol. Os frutos atacados costumam apresentar manchas escuras de aproximadamente 2 cm de diâmetro e, com o tempo e o crescimento das larvas, os tecidos destruídos se tornam ambientes propícios ao desenvolvimento de alguns fungos.
Controle de temperatura e umidade
O equipamento é de simples instalação, não depende nem de energia elétrica nem de internet, já que envia os dados através de satélite e conta com uma pequena célula fotovoltaica, que garante abastecimento de energia solar. A única coisa que o produtor precisa é ter um celular, por onde vai receber as mensagens com os relatórios diários.
Além de monitorar as moscas, a tecnologia também registra dados sobre a temperatura e a umidade no local onde está instalada, informações que são enviadas a cada 12 horas para o produtor. Os dados também são úteis para o produtor tomar medidas de ajuste e proteção das plantas, em caso necessário, agindo mais rápido.
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