Vida de Monge na Ásia

Monge na ÁsiaReprodução

Por Marcos L Susskind

Amigo leitor:

Eu lhe escrevo desde Siem Reap, no Camboja, depois de uma passagem rápida por Luan Prabang no Laos. São dois países de esmagadora maioria Budista, com 80% e 86% respectivamente. Foi lá no Laos que li o que disse Orlando Perri, desembargador do TJMT: “A vida de magistrado é quase que uma vida de monge”.

O Laos tem milhares de Templos e Pagodes Budistas. Monges estão em todo lugar, facilmente identificados por sua cabeça raspada e suas vestes cor de laranja. Resolvi perguntar sobre a vida de monge. Surpreendentemente nenhum deles recebe o equivalente a R$ 74.000,00 por mês. Nenhum deles tem carro pago pelo povo Laosiano. Nenhum deles tem férias intermináveis. Nenhum deles é convidado para viagens internacionais sem colocar a mão no bolso. Perguntei como comem – apenas com alimentos que recebem da população em sua caminhada matinal, que começa às 4:45 da madrugada e termina as 5:30 da manhã. Suas vestes são aquele pano laranja, suas residências são minúsculos cúbiculos nos pagodes.

Sendo o Laos o país mais pobre do Sudeste Asiático, esperei chegar ao Camboja para ver a situação aqui. Ao contrário do Laos comunista, o Camboja é um país avançado, uma pujante economia, com sete milhões de Turistas/ano (quase um turista para cada dois Cambojanos). Seguramente, pensei, os monges aqui vivem no padrão do nobre magistrado Brasileiro.

Perguntei a diversos monges perguntas similares. Novamente recebi respostas similares.

Resolvi não informar aos monges que contactei sobre a vida de monge do Sr. Orlando Perri. Ficou claro para mim que, se soubessem como vivem os monges que ele conhece, milhares de monges desta região imigrariam imediatamente ao Brasil.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.