Quatro escolas encerram o Grupo Especial em um inédito 3º dia


Desfilam Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela. Saiba como é calculada a data do carnaval
Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela vão estrear uma novidade na Marquês de Sapucaí em 2025: a 3ª noite de desfiles.
Desde 1984, ano da inauguração do Sambódromo, as agremiações da elite saíam apenas no Domingo e na Segunda-feira de Carnaval. Agora, para dar mais destaque a cada coirmã e para garantir que nenhuma delas saia com dia claro, a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) fez a redivisão.
Cada escola tem entre 70 minutos e 80 minutos para apresentar seu carnaval.
O g1 vai transmitir na íntegra todos os desfiles do Grupo Especial. Na página especial, você também acompanha destaques das escolas, trechos das apresentações e as últimas notícias da Sapucaí.
Saiba tudo sobre o carnaval do Rio!
Blocos: veja a lista oficial e faça sua busca
Nesta última noite, teremos:
Uma viagem intergaláctica;
A história da 1ª mulher trans do Brasil;
Um mergulho nas águas paraenses;
Uma homenagem a Milton Nascimento.
Clique na sua escola para ir direto à seção dela.
Mocidade Independente de Padre Miguel
Paraíso do Tuiuti
Acadêmicos do Grande Rio
Portela
Previsão de horários do Grupo Especial
Mocidade Independente de Padre Miguel
Logo do enredo da Mocidade
Divulgação
Voltando para o futuro – Não há limites para sonhar
A Mocidade Independente de Padre Miguel vai fazer uma viagem incrível pelo espaço, seguindo sua estrela-guia. Olhando para o céu, vemos um universo cheio de mistérios e histórias que nos fazem sonhar. Mas você sabia que todos nós somos feitos do mesmo material das estrelas? É isso mesmo! Tudo o que existe na Terra, até nós, veio delas!
A humanidade sempre olhou para o céu em busca de respostas. Antes, as pessoas acreditavam em lendas e mitos sobre os astros. Depois, cientistas começaram a estudar os planetas, estrelas e até sonharam em viver no espaço. O homem criou histórias sobre alienígenas, robôs e um futuro cheio de tecnologia. Mas será que toda essa modernidade realmente nos deixa mais felizes?
Hoje, vivemos conectados o tempo todo. Celulares, computadores e internet fazem parte do nosso dia a dia, e às vezes, esquecemos de olhar para o mundo real. Será que estamos nos tornando mais parecidos com robôs? A tecnologia pode ajudar, mas será que estamos cuidando do nosso planeta e das pessoas ao nosso redor?
O desfile da Mocidade vai misturar o passado, o presente e o futuro. Vamos lembrar das descobertas científicas, das aventuras espaciais e das mudanças que o mundo está vivendo. No final, a grande pergunta será: como podemos usar tudo isso para construir um futuro melhor?
No ritmo da bateria e no brilho das fantasias, a Mocidade vem para mostrar que, seja no espaço ou na Terra, a nossa maior missão é cuidar do nosso lar e de quem amamos!
Mocidade se prepara para brilhar na Sapucaí com enredo futurista: “Voltando para o futuro – Não Há Limites Para Sonhar”
Ficha técnica
Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage (in memoriam)
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Diogo Jesus e Bruna Santos
Comissão de Frente: Marcelo Misailidis
Mestre de Bateria: Dudu
Rainha de Bateria: Fabíola Andrade
Componentes: 3.000 em 24 alas
Alegorias: 5 carros e 2 tripés
Enredo e Samba: Mocidade leva manifesto pelo futuro da humanidade para a Sapucaí
Cante o samba
Autores: Paulo Cesar Feital, Cláudio Russo, Alex Saraiça, Denilson Rozario, Carlinhos da Chácara, Marcelo Casanossa, Rogerinho, Nito de Souza, Dr Castilho e Léo Peres.
Intérprete: Zé Paulo Sierra
Mocidade se prepara para brilhar na Sapucaí com enredo futurista: “Voltando para o futuro – Não Há Limites Para Sonhar”
O céu vai clarear
Iluminar a Zona Oeste da cidade
E Deus vai desfilar
Pra ver o mago recriar a Mocidade
A luz que nos chega da estrela primeira,
Nascida do pó no Cruzeiro do Sul
Do plasma divino das mãos carpinteiras
Ressurge candeia no breu nesse azul
Será que o limbo da imaginação
Perverte a inteligência
O homem com sua ambição
Desconhece a razão desatina a Ciência
Será que há de ter carnaval, sem minha cadência?
Com alas em tom digital
No fim da existência
Me diz afinal quem há de arcar com as consequências?
Se a Mocidade sonhar
No infinito escrever
Versos a luz do luar, deixa!
Quando o futuro voltar
A juventude vai crer
Que toda estrela pode renascer
O verde adoecido da esperança
Ofega sobre o leito da cobiça
Quem vive pelo preço da cobrança
Derrama sua lágrima postiça
Fogo matando a floresta
Bicho morrendo no cio
Febre no pouco que resta
Secam as águas do rio
E a vida vai vivendo por um fio
Naveguei…
No afã de me encontrar eu me emocionei
Lembrei da corda bamba que atravessei
São tantas as viradas desta vida
A mão que faz a bomba se arrepende
Faz o samba e aprende
A se entregar de corpo e alma na Avenida
Bandeira da Mocidade Independente de Padre Miguel
Divulgação/ Mocidade Independente de Padre Miguel
Paraíso do Tuiuti
Logo do enredo do Paraíso do Tuiuti
Divulgação
Quem tem medo de Xica Manicongo
Essa é a história de Xica Manicongo, a primeira mulher trans documentada no Brasil. Uma mulher corajosa que viveu há muito tempo e nunca aceitou que outras pessoas dissessem quem ela deveria ser.
Xica nasceu na África, em um tempo em que aqueles que carregavam tanto a força dos homens quanto das mulheres eram considerados especiais e sagrados. Mas, quando foi capturada e trazida para o Brasil como escravizada, tentaram apagar sua história, deram-lhe outro nome e disseram que ela deveria ser alguém que não era. Mas Xica disse NÃO.
Ela seguiu sendo quem sempre foi, vestindo suas roupas, vivendo como queria e desafiando quem tentava controlá-la. Enfrentou muitos perigos por isso, porque as pessoas não aceitavam quem era diferente. Foi perseguida, julgada e proibida de ser livre, mas nunca abaixou a cabeça.
Xica Manicongo, em sua incansável busca por liberdade, encontrou refúgio entre os Tupinambás, povo originário que já resistia bravamente à invasão colonial. Entre eles, aprendeu os segredos da floresta, os rituais da Jurema Sagrada e as forças da natureza que guiavam suas práticas espirituais. Ali, Xica foi acolhida não como um erro, mas como um ser completo, reconhecida por sua dualidade como parte do equilíbrio do mundo.
Mesmo quando tentaram silenciá-la, Xica encontrou um jeito de continuar sua luta. Ela virou lenda, virou inspiração. Hoje, está presente na força de cada pessoa que resiste, que luta pelo direito de existir como é.
No desfile, Xica será celebrada como rainha da coragem, mostrando que ninguém pode apagar aqueles que brilham. Ela abriu caminhos, e agora, as travestis, as pessoas trans e todas as que sonham com um mundo mais justo seguem sua estrela.
Carnavalesco: Jack Vasconcelos
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane
Comissão de Frente: Claudia Mota e Edifranc Alves
Mestre de Bateria: Marcão
Rainha de Bateria: Mayara Lima
Componentes: 3.100 em 28 alas
Alegorias: 5 carros e 2 tripés
Enredo e Samba: Tuiuti canta Xica Manicongo, escravizada e 1ª mulher trans documentada do Brasil
Cante o samba
Autores: Cláudio Russo e Gustavo Clarão
Intérprete: Pixulé
Cidade do Samba: Tuiuti faz uma homenagem a primeira travesti documentada do Brasil
Eh! Pajubá!
Acuendá sem xoxá pra fazer fuzuê
É Mojubá
Põe marafo, fubá e dendê (Pra Exu)
Só não venha me julgar Ô Ô
Pela boca que eu beijo
Pela cor da minha blusa
E a fé que eu professar
Não venha me julgar
Eu conheço o meu desejo
Este dedo que acusa
Não vai me fazer parar
Faz tempo que eu digo não
Ao velho discurso cristão
Sou Manicongo
Há duas cabeças em um coração
São tantas e uma só
Eu sou a transição
Carrego dois mundos no ombro
Vim Da África Mãe Eh Oh
Mas se a vida é vã Eh Oh
Mumunha
Jimbanda me fiz
N Ganga é raiz
Eu pego o touro na unha
A bicha, invertida e vulgar
A voz que calou o “Cis tema”
A bruxa do conservador
O prazer e a dor
Fui pombogirar na Jurema
Chama a Navalha, a da Praia e a Padilha
As perseguidas na parada popular
E a Mavambo reza na mesma cartilha
Pra quem tem medo o meu povo vai gritar
Eu travesti
Estou no cruzo da esquina
Pra enfrentar a chacina
Que assim se faça
Meu Tuiuti
Que o Brasil da terra plana,
Tenha consciência humana
Chica vive na fumaça
Bandeira da Paraíso do Tuiuti
Divulgação/ Paraíso do Tuiuti
Acadêmicos do Grande Rio
Logo do enredo da Grande Rio
Divulgação
Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós
As águas doces e encantadas do Pará nos levam a uma história cheia de mistérios e magia! A Grande Rio vai navegar pelos rios da Amazônia e pelas lendas do Norte do Brasil, contando sobre 3 princesas vindas de terras distantes que se transformaram em seres encantados. Elas fugiram das guerras e, ao naufragarem, atravessaram um portal mágico, tornando-se parte do Reino da Encantaria.
No fundo dos rios e nas matas sagradas, encontraram seres poderosos, como o Boto encantado, a Cobra Grande e a Mãe d’Água, e foram protegidas pelo grande Verequete, o Senhor das Ondas. Cada uma recebeu um novo nome e um novo destino: Mariana virou uma arara cantadeira, Jarina se tornou uma jiboia vigilante, e Herondina, uma onça destemida! Unidas à floresta, aprenderam com os pajés os segredos das ervas e a força da Jurema Sagrada.
A cada canto do Brasil, seu encanto cresceu! Elas se tornaram parte dos terreiros, das rezas, dos batuques e do Carimbó, dançando com o vento e espalhando sua magia pelas festas e pelas águas. Seus perfumes e suas bênçãos chegaram até Nossa Senhora de Nazaré, protegendo os que vivem à beira dos rios e os que guardam a fé no coração.
Agora, o Reino da Encantaria vem para o carnaval! Vamos dançar Carimbó na avenida, cantar como os povos da floresta e celebrar as forças da natureza! Porque o barco da Grande Rio não tem porto de chegada – ele segue navegando no sonho, no ritmo e no brilho das estrelas encantadas!
Carnavalesco: Leonardo Bora e Gabriel Haddad
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Daniel Werneck e Taciana Couto
Comissão de Frente: Hélio Bejani e Beth Bejani
Mestre de Bateria: Mestre Fafá
Rainha de Bateria: Paolla Oliveira
Componentes: 3.200 em 24 alas
Alegorias: 5 carros e 3 tripés
Enredo e Samba: Grande Rio vai trazer para a Sapucaí uma viagem pelas águas misteriosas do Pará
Cante o samba
Autores: Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes
Intérprete: Evandro Malandro
Cidade do Samba: Grande Rio vai trazer as encantarias do Pará
A Mina é Cocoriô
Feitiçaria Parawara
A mesma Lua da Turquia
Na travessia foi encantada
Maresia me guia sem medo
Pro banho de cheiro
Na encruzilhada, espuma do mar
Fez a flor do mururé desabrochar
Pororoca me leva pro fundo do igarapé
Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué
Quem é de barro, no igapó, é Caruana
Boto assovia, Mãe D’água dança
Se a Boiúna se agita, é banzeiro, banzeiro
Quatro Contas, um cocar
Salve Arara Cantadeira, Borboleta à espreita
E a Onça do Grão-Pará
Na curimba de Babaçuê
Tem falange de ajuremados
A macaia codoense é macumba de outro lado
Venham ver as Três Princesas baiando no Curimbó
É Doutrina de Santo rodando no meu Carimbó
E foi assim suas espadas têm as ervas da Jurema
Novos destinos no mesmo poema
E nos terreiros, perfume de patchouli
Acende a brasa do defumador
Pro mestre batucar a sua fé
Noite de festa, Curió Marajoara
Protege Caxias, nas Águas de Nazaré
É força de Caboclo, Vodum e Orixá
Meu povo faz a curva como faz na gira
Chama Jarina, Herondina e Mariana
Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina
Bandeira da Acadêmicos do Grande Rio
Divulgação/ Grande Rio
Portela
Logo do enredo da Portela
Divulgação
Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento
A Portela vai cruzar o Brasil em uma grande procissão de sonhos e canções, seguindo o caminho iluminado pelo Sol da esperança. Como um viajante que nunca para, a escola se inspira na música e na poesia de Milton Nascimento, um artista que canta sobre o povo, a terra e a busca por um futuro melhor.
No compasso dos tambores e sanfonas, a caravana atravessa estradas, rios e montanhas, reunindo gente de todo lugar. Índios, quilombolas, violeiros e tambores de Minas se juntam à caminhada, cantando sobre a força de quem resiste e nunca deixa de sonhar. A cada passo, mais vozes se unem, transformando a jornada em um grande coral de fé e luta.
Mesmo quando a noite escurece o caminho, a esperança brilha, porque sabem que o Sol sempre volta a nascer. E ao chegar ao destino, na terra sagrada da música e da arte, todos se unem para celebrar o Milagre do Sol – a luz que aquece, ilumina e fortalece a caminhada de quem nunca desiste.
No Carnaval, a Portela faz sua travessia, cantando a beleza da vida, a fé na humanidade e a certeza de que o amanhã será ainda mais bonito!
Carnavalesco: Antônio Gonzaga e André Rodrigues
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Marlon Lamar e Squel Jorgea
Comissão de Frente: Leo Senna e Kelly Siqueira
Mestre de Bateria: Nilo Sérgio
Rainha de Bateria: Bianca Monteiro
Componentes: 2.500 em 27 alas
Alegorias: 5 carros e 2 tripés
Enredo e samba: Milton Cunha visita a Portela no primeiro episódio da temporada 2025
Cante o samba
Autores: Samir Trindade, Fabrício Sena, Brian Ramos, Paulo Lopita 77, Deiny Leite, Felipe Sena e JP Figueira
Intérprete: Gilsinho
Cidade do Samba: Portela faz homenagem a Milton Nascimento
lyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Iyá chamou Oxalá preto rei pra sambar
Anjo negro é o Sol que faz a Portela cantar
Anjo negro é o Sol na minha Portela
Manhã,
Alvorada das nossas lembranças
Peito aberto, carrego esperança
Do altar de São Sebastião
Estou onde a mãe do ouro me afaga
E fiel abraçado à Águia
Vou partir em procissão
Na fé, que faz do artista entidade
E sagrada as amizades
Ardem vozes, mil tambores
Nas mãos, girassóis na travessia
Minh’alma em cantoria
Vem a tarde, vão-se as dores
Nessa estrada, é sonho, é poeira
Passa o trem azul, sigo em paz
Feito Rio… só me leva
Pra Deus filho de Maria
Tantos mares em um cais
E as raízes se juntaram
Na esquina uniram a nação
enceram as lutas que travavam
Pra ver Zumbi no céu da canção
Noite apaga o arrebol
Num milagre ser farol
E continuar…
Quem acredita na vida
Não deixa de amar
Dorme a maldade após o temporal
Na bandeira a liberdade, vem Bituca triunfal
Cheguei com meu povo, mesmo sentimento
Onde Candeia é chama
Brilha Milton Nascimento
Bandeira da Portela
Divulgação/ Portela
Sapucaí vista do alto, durante desfile da Portela em 2023
Fernando Maia/Riotur
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