Como foi o 1º dia da Série Ouro


Unidos da Ponte, uma das 3 agremiações afetadas pelo incêndio na fábrica de fantasias, não será julgada. Oito escolas riscaram a Sapucaí na 1ª noite da Série Ouro. Os desfiles começaram com cerca de 50 minutos de atraso para que o público que aguardava nos acessos ao Sambódromo pudesse se acomodar nas arquibancadas.
A Unidos da Ponte não foi julgada. A Azul e Branca de São João de Meriti, a 4ª a desfilar, foi uma das 3 agremiações afetadas pelo incêndio, no dia 12, na Maximus Confecções. A fábrica de fantasias, entre as mais requisitadas pelas divisões de acesso, virou cinzas, e um aderecista morreu. Ponte, Unidos de Bangu e Império Serrano perderam praticamente tudo.
A LigaRJ decidiu em plenária que essas 3 escolas desfilarão “hors-concours”: não correm risco de cair, mas também não disputam o acesso. Para as outras 13, segue o regulamento: somente a campeã sobe para o Grupo Especial, e as 2 últimas colocadas vão para a Intendente em 2026.
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Botafogo Samba Clube
A 1ª escola ligada a um time de futebol a pisar na Marquês de Sapucaí não falou de outra coisa: o Glorioso.
A única alvinegra do Sambódromo contou a história do Botafogo de Futebol e Regatas e trouxe as taças conquistadas em 2024 no último carro.
O 1º carro passou com módulos desacoplados na 1ª cabine de jurados, o que deve custar pontos. A escola passou com 55 minutos cravados.
Botafogo Samba Clube
Ronaldo Nina/Riotur
Último carro do Botafogo Samba Clube reproduziu General Severiano e trouxe as taças de 2024
Raoni Alves/g1
Arranco do Engenho de Dentro
Em “As mães que alimentam o sagrado”, a escola homenageou as mulheres que lutam diariamente por seus filhos e mantêm uma fé inabalável diante dos desafios.
Com alas coloridas e ricamente fantasiadas, a mais matriarcal das escolas de samba trouxe as várias faces da devoção feminina.
Arranco do Engenho de Dentro
Marcos de Paula/Riotur
Arranco do Engenho de Dentro
Alexandre Loureiro/Riotur
Inocentes de Belford Roxo
A escola apostou na reedição de seu carnaval de 2008 para voltar à elite, mas teve um desfile cheio de problemas. O tripé que acompanharia a comissão de frente quebrou e precisou ser rebocado ainda da concentração. O contratempo acabou obrigando a escola a correr, e o desfile terminou estourado em 1 minuto.
Tem sido muito comum as escolas levarem elementos cênicos para compor a abertura. Os integrantes sobem na estrutura, que vira um pequeno palco. No caso do tripé da Inocentes, um telão de LED ajudaria a compor a performance.
O eixo de direção do tripé quebrou, e a comissão entrou sem o elemento. A coreografia teve de ser adaptada.
Em “Ewe, a Cura Vem da Floresta”, Belford Roxo buscou destacar o papel fundamental das folhas em rituais e cerimônias, além de homenagear a sabedoria ancestral dos povos indígenas e das Pretas Velhas.
Tripé da Inocentes é rebocado
Raoni Alves/g1
Comissão de Frente da Inocentes improvisou sem o tripé
Rafael Catarcione/Riotur
Unidos da Ponte*
A agremiação de São João de Meriti perdeu quase todas as suas fantasias no incêndio na Maximus e não será julgada.
Mesmo assim, a Unidos da Ponte veio determinada a emocionar o público na Sapucaí com seu enredo sobre a relação do ser humano com a natureza.
“Antropoceno: Ecos de Abya Yala em Meriti’yba” trouxe uma mensagem sobre os desafios ambientais e a importância do respeito aos recursos naturais.
Em algumas alas, foi possível ver integrantes sem partes da fantasia. Carros também cruzaram a Avenida desacoplados, o que poderia custar pontos.
Integrante de ala da Ponte com fantasia incompleta
Raoni Alves/g1
Estácio de Sá
A pioneira do samba do Brasil imaginou uma viagem do Leão, seu símbolo, até a Amazônia, onde se torna um dos seres encantados da floresta — os personagens imaginários dos povos originários do Brasil.
Com carros imponentes e um chão que não parava de cantar, a Estácio foi um dos destaques da noite.
Outro ponto que chamou a atenção foi a comissão de frente. Dois integrantes dividiram a fantasia de um leão.
Dois momentos da comissão de frente da Estácio, com um leão
Ronaldo Nina/Riotur
Casal da Estácio de Sá
Alexandre Loureiro/Riotur
Estácio de Sá na Sapucaí
Ronaldo Nina/Riotur
União de Maricá
A agremiação da Região dos Lagos homenageou Seu Sete da Lira, um dos exus das religiões de matriz africana.
O enredo “O Cavalo de Santíssimo e a Coroa do Seu 7”, assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira, cresceu com um samba que pegou na Avenida. Alegorias criativas e bem acabadas foram outro destaque.
A escola, porém, teve problemas com a evolução.
Comissão de Frente da União de Maricá
Marcelo Martins/Riotur
União de Maricá
Marcelo Martins/Riotur
União de Maricá
Ronaldo Nina/Riotur
Em Cima da Hora
A escola apostou na fusão do canto lírico com o samba para exaltar a cultura afro-brasileira e emocionar.
Na “Ópera dos Terreiros – o canto do encanto da alma brasileira”, um dos destaques foi um imenso carro que se projetava a 14 metros de altura.
As alegorias acabaram batendo na dispersão, e os componentes não conseguiram passar a tempo. O desfile foi concluído em 57 minutos, custando 0.2 ponto.
Comissão de Frente da Em Cima da Hora
Ronaldo Nina/Riotur
Carro gigante da Em Cima da Hora
Rafael Catarcione/Riotur
União da Ilha do Governador
A Tricolor Insulana contou a história de Marietta Baderna, bailarina italiana que aportou no Rio de Janeiro no século 19.
Com sua dança ousada e inovadora, ela conquistou o público, mas também escandalizou a elite da época. Seu nome acabou virando sinônimo de bagunça e deu origem à palavra baderna, ainda usada até hoje no português brasileiro.
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