Departamento de Justiça americano iniciou uma investigação sobre o possível golpe. O Ministério Público argentino investiga Milei e quatro empresários por fraude financeira, tráfico de influência, abuso de autoridade e corrupção. Javier Milei encontra Musk e Trump nos EUA para desviar foco de investigação criminal
Nesta semana, a Argentina foi abalada por um escândalo envolvendo a criptomoeda $Libra. Lançada em 14 de fevereiro, a memecoin foi promovida pelo presidente Javier Milei em sua conta pessoal na rede X.
Poucas horas após a divulgação, a Libra perdeu valor drasticamente, causando prejuízos a cerca de 40 mil investidores que acreditaram na promoção do presidente. Agora, Milei está sendo acusado de má conduta e enfrenta pedidos de impeachment no Congresso.
Javier Milei é presidente da Argentina desde dezembro de 2023, tendo recebido 14,5 milhões de votos. Conhecido por suas políticas ultraliberais e anarcocapitalistas, ele viu os números da economia melhorarem para surpresa de muitos analistas.
Em janeiro, a inflação foi de 2,2%, o índice mensal mais baixo desde 2020. O acumulado em 12 meses ficou em 84,5%, uma raridade no país, onde é comum a inflação anual acima de 100%.
Também estão bem encaminhadas as negociações de um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), de cerca de US$ 11 bilhões. Tudo parecia nos eixos, até que mais um drama argentino tomou conta do noticiário.
Às 19h01 daquele 14 de fevereiro, Milei usou sua conta no antigo Twitter para divulgar uma nova moeda virtual, criada 24 minutos antes. A promessa era de que seria um projeto de financiamento para pequenas empresas argentinas, incentivando a economia.
A criptomoeda se chamava $Libra — uma referência à liberdade de que Milei tanto fala. Incentivados pela publicação do presidente, milhares de investidores compraram a criptomoeda pela internet.
Os primeiros investidores, que haviam comprado barato, começaram a vender suas cotas por um valor muito mais alto. Às 20h45 do mesmo dia, a moeda despencou e não valia mais nada.
Quem vendeu rápido, como numa pirâmide, se deu bem. E quem demorou um pouco mais para comprar, ficou com o mico na mão. Às 0h38 da madrugada de sábado, Milei apagou o post.
Uma criptomoeda circula livremente pela internet, sem controle de nenhum governo e de nenhum banco. Algumas delas são consolidadas, como o bitcoin, mas outras aparecem do nada, sem lastro.
Essas criptomoedas desconhecidas muitas vezes desaparecem tão rápido quanto surgem. Foi o que aconteceu com a tal Libra, divulgada pelo presidente argentino.
Por isso, tornou-se comum um golpe chamado “puxada de tapete”, em que você cria uma criptomoeda, faz as pessoas acreditarem nela, e do dia para noite desaparece com o dinheiro.
Aparentemente, a Libra é obra de Hayden Davis, americano, e Julian Peh, de Singapura. Até agora ninguém entendeu como esses desconhecidos conseguiram espaço na agenda do presidente.
O site americano mais respeitado em notícias sobre criptomoedas e o diário argentino “La Nación” publicaram mensagens atribuídas a Hayden Davis, em que ele usa linguagem grosseira para se referir ao presidente. Elas sugerem que ele tinha controle sobre Milei, aumentando as suspeitas de fraude.
“Eu controlo esse mano. Mando grana pra irmã e ele assina e fala o que eu quero”, teria dito Davis.
Os Milei negam tudo. Manuel Adorni, porta-voz da Presidência da Argentina, afirmou: “É um insulto insinuar que há pessoas pedindo suborno para encontrar o presidente.”
Enquanto Milei viajava pelos Estados Unidos para negociar com o FMI e se encontrar com o bilionário Elon Musk e o presidente americano, Donald Trump, a crise política se intensificava na Argentina.
No Congresso, blocos de oposição entraram com pedido de impeachment, que tem chances remotas de passar, mas causa desgaste. “Estamos diante de um escândalo sem precedentes”, declarou o deputado Germán Pedro Martínez. Outras alas da oposição querem uma comissão parlamentar de inquérito.
O Departamento de Justiça americano já iniciou uma investigação sobre o possível golpe, e o Ministério Público argentino anunciou uma investigação contra Milei e quatro empresários ligados à Libra por fraude financeira, tráfico de influência, abuso de autoridade e corrupção.
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Nesta semana, a Argentina foi abalada por um escândalo envolvendo a criptomoeda $Libra. Lançada em 14 de fevereiro, a memecoin foi promovida pelo presidente Javier Milei em sua conta pessoal na rede X.
Poucas horas após a divulgação, a Libra perdeu valor drasticamente, causando prejuízos a cerca de 40 mil investidores que acreditaram na promoção do presidente. Agora, Milei está sendo acusado de má conduta e enfrenta pedidos de impeachment no Congresso.
Javier Milei é presidente da Argentina desde dezembro de 2023, tendo recebido 14,5 milhões de votos. Conhecido por suas políticas ultraliberais e anarcocapitalistas, ele viu os números da economia melhorarem para surpresa de muitos analistas.
Em janeiro, a inflação foi de 2,2%, o índice mensal mais baixo desde 2020. O acumulado em 12 meses ficou em 84,5%, uma raridade no país, onde é comum a inflação anual acima de 100%.
Também estão bem encaminhadas as negociações de um novo empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI), de cerca de US$ 11 bilhões. Tudo parecia nos eixos, até que mais um drama argentino tomou conta do noticiário.
Às 19h01 daquele 14 de fevereiro, Milei usou sua conta no antigo Twitter para divulgar uma nova moeda virtual, criada 24 minutos antes. A promessa era de que seria um projeto de financiamento para pequenas empresas argentinas, incentivando a economia.
A criptomoeda se chamava $Libra — uma referência à liberdade de que Milei tanto fala. Incentivados pela publicação do presidente, milhares de investidores compraram a criptomoeda pela internet.
Os primeiros investidores, que haviam comprado barato, começaram a vender suas cotas por um valor muito mais alto. Às 20h45 do mesmo dia, a moeda despencou e não valia mais nada.
Quem vendeu rápido, como numa pirâmide, se deu bem. E quem demorou um pouco mais para comprar, ficou com o mico na mão. Às 0h38 da madrugada de sábado, Milei apagou o post.
Uma criptomoeda circula livremente pela internet, sem controle de nenhum governo e de nenhum banco. Algumas delas são consolidadas, como o bitcoin, mas outras aparecem do nada, sem lastro.
Essas criptomoedas desconhecidas muitas vezes desaparecem tão rápido quanto surgem. Foi o que aconteceu com a tal Libra, divulgada pelo presidente argentino.
Por isso, tornou-se comum um golpe chamado “puxada de tapete”, em que você cria uma criptomoeda, faz as pessoas acreditarem nela, e do dia para noite desaparece com o dinheiro.
Aparentemente, a Libra é obra de Hayden Davis, americano, e Julian Peh, de Singapura. Até agora ninguém entendeu como esses desconhecidos conseguiram espaço na agenda do presidente.
O site americano mais respeitado em notícias sobre criptomoedas e o diário argentino “La Nación” publicaram mensagens atribuídas a Hayden Davis, em que ele usa linguagem grosseira para se referir ao presidente. Elas sugerem que ele tinha controle sobre Milei, aumentando as suspeitas de fraude.
“Eu controlo esse mano. Mando grana pra irmã e ele assina e fala o que eu quero”, teria dito Davis.
Os Milei negam tudo. Manuel Adorni, porta-voz da Presidência da Argentina, afirmou: “É um insulto insinuar que há pessoas pedindo suborno para encontrar o presidente.”
Enquanto Milei viajava pelos Estados Unidos para negociar com o FMI e se encontrar com o bilionário Elon Musk e o presidente americano, Donald Trump, a crise política se intensificava na Argentina.
No Congresso, blocos de oposição entraram com pedido de impeachment, que tem chances remotas de passar, mas causa desgaste. “Estamos diante de um escândalo sem precedentes”, declarou o deputado Germán Pedro Martínez. Outras alas da oposição querem uma comissão parlamentar de inquérito.
O Departamento de Justiça americano já iniciou uma investigação sobre o possível golpe, e o Ministério Público argentino anunciou uma investigação contra Milei e quatro empresários ligados à Libra por fraude financeira, tráfico de influência, abuso de autoridade e corrupção.
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