Casa de cuidados é acusada de dar golpe e deixar mulheres recém-operadas de cirurgias plásticas sem assistência em MG


Caso é investigado pela Polícia Civil e outras autoridades de Ubá. Na última semana, várias mulheres foram encontradas sem assistência no local, que foi interditado. A proprietária não foi encontrada e não atende as ligações. Spa de Cuidados Fernanda Varella, em Ubá, é investigado por suspeita de golpe em clientes
Reprodução
A Polícia Civil investiga denúncias contra uma mulher de 40 anos, proprietária de uma casa de cuidados pós-operatórios em Ubá, que teria lesado várias clientes.
As vítimas alegam que contratavam os serviços do estabelecimento após passarem por cirurgias plásticas na cidade, faziam o pagamento, mas ficavam sem a assistência contratada.
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Até a noite da quinta-feira (20), um grupo de mensagens tinha participação de mais de 160 mulheres de várias partes do Brasil, que, diante das cirurgias plásticas com preços mais acessíveis em relação a outros municípios, procuram profissionais de Ubá para fazer os procedimentos.
Na última sexta-feira (14), a polícia esteve no Spa de Cuidados Fernanda Varella e encontrou algumas das clientes sem a assistência prometida.
O local, em funcionamento desde 2006, segundo o site oficial, foi interditado, e a polícia iniciou buscas para localizar a empresária, que não foi encontrada durante a operação. A reportagem também não conseguiu falar com ela, que não atende as ligações.
Pós-operada descobriu que não teria para onde ir
Umas das vítimas é uma mulher de Ipatinga, no Leste de Minas, que fez uma cirurgia de mamoplastia com silicone e abdominoplastia com lipo. Ela preferiu não ser identificada:
“Eu estava programando essa cirurgia já algum tempo. Então comecei a pesquisar, e a casa da Fernanda era uma das mais antigas e de mais confiança da cidade de Ubá para essa questão de pós-operatório e cuidados. (…) Entrei em contato até no privado com muitas mulheres que passaram por lá que me garantiram que lá era bom. No final de novembro ela fez uma promoção de pacotes e aí eu fechei com ela um de 7 dias de estadia de pós-cirúrgico e fiz um pagamento via pix”, explica ela, que enviou R$ 1 mil pelos atendimentos.
“Operei 6h30. E quando foi 9h, 10 horas da noite, estourou a bomba no grupo de mensagem e eu fiquei sabendo que eu não teria para onde ir (…). Aí bateu o desespero. Eu operada dentro do hospital, com um dreno, a poucas horas de sair da cirurgia”.
Segundo a paciente, ela chegou a receber um retorno da proprietária, alegando que a casa estaria cheia e que a direcionaria para a residência de uma funcionária. Ela recebeu a assistência, mas disse que não conseguiu mais falar com a dona do local e que a funcionária afirmou que não recebeu para fazer o acolhimento e que também não conseguiu falar com a patroa.
“Eu só quero que ela pague por tudo que ela fez comigo e com todas as outras mulheres”, desabafou.
“Eu sou uma mulher muito digna e me senti muito diminuída de não poder pagar pelo que estavam fazendo por mim e saber que eu já tinha pago a uma pessoa que me deixou 6 horas depois de uma cirurgia jogada no hospital sem saber o que fazer”.
Local interditado após operação
Na sexta-feira (14), a operação, que contou com apoio da Secretaria de Saúde e da Vigilância Sanitária, cumpriu mandado de busca e apreensão no Casa de Cuidados, apreendendo diversos materiais.
Várias mulheres que haviam passado por procedimentos cirúrgicos recentes foram encontradas no local sem a assistência prometida, e o imóvel foi interditado.
Segundo o delegado Vinícius Batista Soranço, que apura o caso, os materiais apreendidos serão analisados e as investigações continuam para localizar a investigada, que não foi encontrada.
Casa de cuidados pós cirurgia plástica é investigada em Ubá
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