Israel emite alerta para Brasil e outros países com dados de prisioneiros soltos em trocas de reféns com Hamas

Agentes de inteligência brasileiros receberam lista na semana passada e podem monitorar a eventual vinda de pessoas condenadas em Israel que foram soltas recentemente. Autoridades israelenses emitiram alerta para o Brasil e outros países com centenas de nomes e perfis de prisioneiros que foram soltos por Israel como parte da negociação para que o grupo terrorista Hamas libertasse reféns sequestrados em outubro de 2023.
O alerta, em inglês, circulou em grupos de inteligência na última semana e pode servir para que as autoridades monitorem a eventual vinda dessas pessoas para o Brasil e outros países, uma vez que elas foram condenadas pela prática de crimes em Israel.
A Polícia Federal (PF) é uma das instituições que recebeu a lista.
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O g1 procurou a Embaixada de Israel na terça-feira (11) para comentar sobre o alerta e informar se monitora os prisioneiros após sua libertação. O órgão não respondeu até a publicação desta reportagem.
Cada nome vem acompanhado de idade, data de nascimento, nacionalidade (majoritariamente palestina), condenação (dezenas deles foram condenados à prisão perpétua em Israel) e acusações criminais.
Na lista em poder dos agentes de inteligência há nomes como Maome Mtsalah, 48 anos, que estava preso desde abril de 2002, condenado à prisão perpétua. Segundo o alerta, ele foi acusado de “treinamento militar, posse de armas de fogo, tentativa de homicídio” e outros ilícitos, em tradução livre.
Nesta sexta (14), o Hamas afirmou que vai libertar três reféns israelenses no sábado (15), cumprindo o que foi combinado no acordo de cessar-fogo com Israel. Como contrapartida, Israel deve libertar 369 prisioneiros palestinos, segundo o escritório de mídia do Hamas.
Brasil
Uma portaria do Ministério da Justiça, de 2019, permite às autoridades barrar, no aeroporto, a entrada de pessoas consideradas perigosas no país.
A norma define como “pessoa perigosa” quem tiver ligações com:
terrorismo
grupo criminoso organizado ou associação criminosa armada ou que tenha armas à disposição
tráfico de drogas, pessoas ou armas de fogo
pornografia ou exploração sexual infantojuvenil
As autoridades migratórias podem avaliar, na chegada ao país, se o estrangeiro se encaixa na definição de pessoa perigosa com base em informações de diferentes fontes, como:
alertas de inteligência provenientes de autoridade brasileira ou estrangeira
difusão ou informação oficial em ação de cooperação internacional
investigação criminal em curso
sentença penal condenatória
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Um profissional com acesso a dados dessa natureza explica que pessoas com ligação com grupos terroristas eventualmente passam temporadas no Brasil antes de seguirem para seus destinos finais, como os Estados Unidos.
Em geral, essas pessoas não planejam cometer atos ilícitos no Brasil. Apenas usam o país como rota.
Segundo essa autoridade, essas pessoas buscam regularizar sua situação de permanência no Brasil com o objetivo de serem deportadas para cá, e não para seus países de origem, caso venham a ter problemas futuros em seus destinos finais.
Por essa razão, agentes de inteligência de todo o mundo trocam informações para dificultar essas movimentações.
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