Cacá Diegues: amigos viam cineasta como um poeta das imagens e um ser humano essencialmente gentil


Na tela do cinema, o cineasta escancarava a realidade e as desigualdades. Cacá mostrou o Brasil para os brasileiros. Amigos definem Cacá Diegues como um poeta das imagens
Muitos amigos viam Cacá Diegues como um poeta das imagens e um ser humano essencialmente gentil.
Uma notícia inesperada para amigos que desejavam conviver por mais tempo com a genialidade de Cacá Diegues. Tanto talento. Tantas histórias. Quantas mais seriam?
“Mais do que um pensador do Brasil, ele foi inventor do Brasil, um descobridor do Brasil, um criador do Brasil. Trazia e trouxe um projeto de Brasil”, afirma o jornalista Pedro Bial.
“Ele entrou para a Academia por ser um grande cineasta, mas, sobretudo, por ser um grande pensador, um grande brasileiro”, diz Merval Pereira, presidente da Academia Brasileira de Letras.
Na tela do cinema, Cacá escancarava a realidade e as desigualdades. Mostrou o Brasil para os brasileiros.
“Vamos lembrar desse Cacá ilustrado, desse Cacá iluminado, desse Cacá que nos deu obras que agora só mostrando de novo para vocês entenderem a dimensão desse grande cineasta”, diz o ator Tony Ramos.
Em nota, o presidente Lula disse que os filmes de Cacá mostram muito bem a nossa história, nosso jeito de ser, nossa criatividade e representam a luta de nosso cinema.
Cacá Diegues: amigos viam cineasta como um poeta das imagens e um ser humano essencialmente gentil
Jornal Nacional/ Reprodução
Cacá Diegues foi inspiração para novas gerações de cineastas:
“Foi e é um grande homem, que vive através de suas obras inesquecíveis. Hoje só consigo pensar que sem ele eu não teria sido”, afirma a cineasta Rosane Svartman.
O cinema de Cacá abriu portas.
“Ele foi o farol, inaugurador, de trazer a comunidade negra para ser protagonista da sua própria história. Ele sempre teve esse desejo – não essa preocupação – de mexer no baú da memória e trazer luz da imagem do cinema à história que o Brasil tenta não querer conhecer”, diz o ator Antonio Pitanga.
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Zezé Motta atuou em cinco filmes com Cacá, entre eles, “Xica da Silva”. Em uma rede social, ela escreveu:
“O filme que mudou a minha vida. A minha história, o meu sucesso, se deve ao Cacá Diegues e nunca esquecerei disso. A minha gratidão é e sempre será eterna. Que ele descanse em paz”.
Toni Garrido viveu Orfeu, conduzido por Cacá:
“Ele conseguiu se entender com uma arte que fez a gente saber quem a gente era melhor”, diz o cantor e ator Toni Garrido.
Cacá Diegues é reverenciado como um poeta das imagens, um grande cineasta e contador da história do Brasil. Todos os que conviveram com ele são unânimes em lembrar um traço marcante na personalidade: a gentileza. A voz baixa e a suavidade com que conduzia todos os trabalhos e as relações, dentro ou fora do set de filmagem.
“Cacá inventou a gentileza. Que eu me lembre, assim, foi o cara que mais foi gentil. Não é comigo não. Com todo mundo”, afirma o compositor Roberto Menescal.
A ausência de Cacá Diegues parece um erro no roteiro do filme da vida. Mas a obra que ele deixou é imensa, inesquecível e imortal.
“O Cacá era um grande paizão assim que ainda reunia o cinema em torno dele. Para sempre Cacá. Ninguém tem o título de imortal tão merecido quanto ele”, diz o ator Stepan Nercessian.
“A gente só tem a agradecer a passada do Cacá por aqui, e que ele passe a nos iluminar onde quer que ele esteja”, diz o ator Antonio Fagundes.
“Toda a saudade, todo o amor a Cacá Diegues, esse homem que encarnava a esperança”, diz Pedro Bial.
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