Polícia fez operação nesta quinta-feira (13) para prender João Cigarreiro, mas ele não foi localizado até o início da tarde. Vinicius Gritzbach foi morto a tiros na área de desembarque em novembro passado. Operação tenta prender mandante do assassinato de delator do PCC
A polícia suspeita que o homem apontado como mandante do assassinato do empresário Vinicius Gritzbach, delator do PCC executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, esteja escondido na Vila Cruzeiro, comunidade localizada no Complexo do Alemão, no Rio.
A Polícia Civil de São Paulo começou uma operação na manhã desta quinta-feira (13) para prender Emílio Carlos Gongorra Castilha, conhecido como João Cigarreiro, mas até o início da tarde, ele não havia sido localizado.
Segundo a polícia, ele é um traficante de drogas que atua em associação ao PCC.
Além do mandado de prisão, a polícia cumpre mais 21 de busca e apreensão. Ao todo, 116 policiais participaram da ação.
Gritzbach foi morto a tiros na área de desembarque em novembro passado. Ele era acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção criminosa. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, ele entregou o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusou policiais de corrupção.
Montagem com foto de João Cigarreiro e momento da execução de Gritzbach
Reprodução
Segundo a TV Globo apurou, ele era amigo de Gritzbach e de Ancelmo Santa Fausta, integrante do PCC conhecido como Cara Preta.
Cigarreiro e o delator romperam após o assassinato de Cara Preta em 2021, porque Cigarreiro achou que Gritzbach estava por trás da morte para supostamente se livrar de uma dívida milionária em criptomoedas.
Em sua delação, Gritzbach apontou João Cigarreiro como um dos sequestradores que o levaram para um tribunal do crime, logo depois da morte de Cara Preta.
Outras pessoas ligadas a Cigarreiro também foram conduzidas ao DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para prestarem depoimento.
Segundo a força-tarefa criada para investigar a morte do empresário, 26 pessoas estão presas atualmente nos desdobramentos do caso Gritzbach, sendo 22 policiais, entre civis e militares. Entre elas, três suspeitos de terem participado diretamente da execução do empresário.
Vinicius Gritzbach foi morto no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos
Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais
Esquema
A investigação começou após uma denúncia anônima recebida em março do ano passado sobre vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados à facção. O objetivo era evitar prisões e prejuízos financeiros do grupo criminoso.
Segundo a Corregedoria da Polícia Militar, informações estratégicas eram vazadas e vendidas por policiais militares da ativa e da reserva.
Um dos beneficiados era Gritzbach, que usava PMs em sua escolta privada, caracterizando a integração de agentes à organização criminosa.
Vídeos mostram por diferentes ângulos execução de empresário no Aeroporto de Guarulhos