Onda de calor: escolas de Chapecó têm ar-condicionado, mas sobrecarga elétrica dificulta o uso

Uma intensa onda de calor tem afetado diversos municípios de Santa Catarina nos últimos dias, impactando a rotina da população e comprometendo atividades diárias. Em Chapecó, no Oeste do estado, alunos e professores enfrentam dificuldades para manter a normalidade das aulas diante das altas temperaturas.

Onda de calor prejudica andamento das atividades diárias, inclusive as aulas

Onda de calor prejudica andamento das atividades diárias, inclusive as aulas – Foto: Prefeitura de Chapecó/ND

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Para minimizar o desconforto da onda de calor, recorrem ao uso de ar-condicionado, tornando os ambientes mais agradáveis. No entanto, algumas instituições enfrentam problemas com a climatização devido à sobrecarga e à necessidade de manutenção dos equipamentos.

De acordo com a Secretaria de Educação, Chapecó possui 85 escolas da rede municipal e dois centros multiuso. Em nota, a prefeitura informou que todas as unidades estão equipadas com climatizadores e que um novo lote de 150 aparelhos está em processo de aquisição.

“As instituições de ensino realizam manutenções e limpezas constantes para garantir o conforto térmico adequado e o funcionamento dos equipamentos”, informou a administração.

Porém, a prefeitura explica que por conta da alta demanda causada pela onda de calor, o atendimento das empresas não é imediato em relação à manutenção dos equipamentos.

“Além disso, todas as escolas da Rede Municipal de Ensino receberam orientações detalhadas sobre o uso adequado dos climatizadores, garantindo um ambiente confortável para alunos e profissionais, ao mesmo tempo, em que se evita a sobrecarga da rede elétrica”, completa a nota.

Infraestrutura escolar

Além das 85 escolas municipais, Chapecó conta com 25 unidades da rede estadual. O ND Mais solicitou informações à Secretaria de Estado da Educação, mas não obteve detalhes sobre quantas escolas estaduais possuem climatização adequada.

Segundo a pasta, 342 escolas em todo o estado passaram por adequações elétricas para permitir o funcionamento dos sistemas de climatização. Nos próximos 60 dias, está prevista a entrega de 174 novos aparelhos de ar-condicionado para 23 escolas estaduais. Para 2025, a previsão é que 200 escolas recebam melhorias na infraestrutura elétrica.

Impacto na rotina escolar

A Escola Municipal Parque Cyro Sosnosky tem enfrentado problemas elétricos há tempos, comprometendo o andamento das aulas em dias de calor extremo.

Em entrevista ao BG Oeste, a professora Marli Zanatta, afirmou que esse é um problema que vem se estendendo e o andamento das aulas é prejudicado em dias de extremo calor.

“A minha preocupação é que não temos o ambiente adequado para o aprendizado do aluno. Com o calor o aluno não consegue se concentrar, não consegue aprender, fazer as atividades e quando tem educação física a situação piora no meio de uma aula, as últimas aulas ficam difíceis”, comentou.

Sobre a situação da escola, a Secretaria Municipal de Educação informou que está ciente da situação e tomou todas as providências. Equipes de eletricistas foram enviadas para a instituição de ensino, a fim de identificar alternativas técnicas que minimizem as quedas de energia até que uma manutenção na rede elétrica seja feita de forma definitiva, o que depende de projeto e licitação para execução, respeitando todos os prazos legais.

Pai cita desafios

Na Escola Estadual Lourdes Angela Sarturi Lago, os alunos iniciaram o ano letivo sem ventiladores ou climatizadores nas salas. O pai de uma estudante, Leocir Pedroso, relatou que a direção da escola informou que a rede elétrica está em manutenção desde o final do ano passado.

“Muitos alunos chegam em casa reclamando do calor intenso e alguns até com problemas respiratórios”, lamentou.

Segundo a coordenadora da gerência regional de educação, Jaqueline Weiler Brock, uma empresa já trabalha para solucionar a demanda e só na parte elétrica estão sendo investidos cerca de meio milhão em melhorias.

“Já prevíamos essa situação diante do clima que estamos vivendo e conversamos com a empresa de acelerar esse trabalho. O que eles nos alegaram é que eles têm um protocolo e regras a seguir e o contrato prevê quatro meses, então está tudo dentro da normalidade”, pontua.

Segundo ela, a empresa informou que o aparelho da subestação precisa ser trocado e precisa encomendar essa peça e isso tem um trâmite legal.

“A secretaria de estado está investindo 500 mil reais somente na parte elétrica para dar qualidade de vida aos nossos alunos e professores e melhorar assim o processo ensino-pedagógico que é o que queremos”, finaliza.

Alívio da onda de calor com a chegada da frente fria

A onda de calor que castiga Santa Catarina está com os dias contados. A chegada de uma frente fria ao Sul do país deve alterar as condições climáticas a partir de quinta-feira (13).

Onda de calor atinge Santa Catarina -

Onda de calor atinge Santa Catarina – Foto: Canva/ND

Apesar do alívio térmico da onda de calor, a mudança será acompanhada por chuvas intensas, temporais com rajadas de vento, raios e até queda de granizo em algumas regiões.

De acordo com a MetSul, a frente fria já provocou queda nas temperaturas em Buenos Aires, na Argentina, acompanhada de chuvas e ventos fortes. Em Santa Catarina, a virada no tempo deve começar na madrugada de quinta-feira, com instabilidade persistente ao longo do dia.

O que esperar da mudança no clima e alívio da onda de calor?

A partir de quinta-feira, as temperaturas máximas devem permanecer entre 28°C e 32°C, ainda com sensação de abafamento. O vento noroeste passará a soprar de sudeste, com intensidade fraca a moderada, podendo registrar rajadas mais fortes durante os temporais.

Com isso, os catarinenses devem se preparar para a alternância entre o alívio do calor e a chegada de condições adversas, como chuvas intensas e tempestades localizadas.

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