Pacientes podem ficar cegos para sempre após perderem a visão em mutirão de catarata

Após perderam a visão durante um mutirão de cirurgias de catarata no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) de Taquaritinga (SP), os pacientes foram informados pelos médicos que o quadro pode ser irreversível.
Os procedimentos, realizados em outubro de 2024, ainda não tiveram suas falhas esclarecidas. No total, 10 idosos perderam ou ficaram com a visão parcialmente comprometida.
Parte dos pacientes foi encaminhada para hospitais em Araraquara e Ribeirão Preto, onde especialistas confirmaram que, em alguns casos, não há chances de recuperação.
Maria de Fátima Garcia Chiari, uma das pacientes, relatou sentir dor após a cirurgia e quase perdeu o globo ocular, mas foi salva por um transplante de córnea.
Os pacientes também criticam a falta de apoio do AME e da Santa Casa de Franca. Segundo eles, medidas como fornecimento de colírios e inclusão na fila de transplante só ocorreram depois de muita insistência.
Maria de Fátima relatou que os afetados ficaram sem medicamentos até dezembro e precisaram comprar colírios caros por conta própria.
Uma inspeção das vigilâncias sanitárias estadual e municipal identificou falhas na Sala de Materiais para Esterilização (SME) do AME, que foi interditada.
Segundo a prefeitura, todos os pacientes foram colocados na fila de transplante de córnea.
A equipe médica responsável foi afastada e todas as cirurgias no AME estão suspensas temporariamente.
Segundo a secretária executiva da Saúde do Estado de São Paulo, Priscilla Perdicaris, a sala de esterilização passou por adequações. Além disso, os pacientes estão recebendo tratamento e acompanhamento multidisciplinar.
A catarata é uma condição ocular caracterizada pela opacidade do cristalino, a lente natural do olho, que leva à perda progressiva da visão.
Essa opacidade impede que a luz passe adequadamente para a retina, resultando em visão embaçada, dificuldade para enxergar em ambientes escuros, sensibilidade à luz e, em casos avançados, pode levar à cegueira.
A catarata é mais comum em idosos, mas também pode ser causada por fatores como diabetes, traumas oculares, uso prolongado de corticosteroides ou exposição excessiva à radiação ultravioleta.
A única forma eficaz de tratar a catarata é por meio de cirurgia. O procedimento é seguro e altamente eficiente, com alta taxa de sucesso.
O processo cirúrgico consiste na remoção do cristalino opaco e na sua substituição por uma lente intraocular artificial (LIO). A cirurgia é geralmente feita sob anestesia local e dura cerca de 15 a 30 minutos.
Após a cirurgia, o paciente pode sentir desconforto leve, mas a recuperação geralmente é rápida, indo de alguns dias a poucas semanas.
Colírios anti-inflamatórios e antibióticos costumam ser prescritos para prevenir infecções e controlar a inflamação.
A maioria dos pacientes já pode notar uma melhora significativa na visão em poucos dias, embora a estabilização completa possa levar algumas semanas.
Muitas pessoas não precisam mais usar óculos após o procedimento, dependendo do tipo de lente intraocular implantada.
Em alguns casos raros, pode ocorrer uma complicação chamada catarata secundária, que é tratada com um procedimento a laser simples.
É essencial que o procedimento seja realizado por profissionais qualificados e em condições adequadas para minimizar riscos e garantir os melhores resultados.
Essa não é a primeira vez que um caso como esse acontece no Brasil. Em novembro de 2023, um infecção por fungo deixou sete pacientes cegos durante um mutirão de catarata no Amapá.
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