Empresa que opera lojas da Quiksilver, Billabong e Volcom pede falência nos EUA


Liberated Brands irá fechar escritórios corporativos e suas 124 lojas físicas no país. Companhia também anunciou a demissão de quase 1,4 mil funcionários. Loja da Billabong em Sydney, na Austrália, em registro de 2005.
Associated Press
A empresa de roupas Liberated Brands, que opera lojas para marcas como Quiksilver, Billabong e Volcom, entrou com pedido de falência nesta semana, nos Estados Unidos.
O pedido foi registrado no tribunal de Delaware, no último domingo (2), com base no Capítulo 11 da Lei de Falências do país. A companhia planeja fechar suas lojas físicas no país.
A Liberated, com sede na Califórnia, informou que irá encerrar e liquidar seus negócios nos EUA após enfrentar uma série de choques macroeconômicos, problemas na cadeia de suprimentos e queda nos lucros devido à concorrência das marcas de “fast fashion”. (leia mais abaixo)
“A equipe da Liberated trabalhou incansavelmente no último ano para impulsionar essas marcas icônicas, mas uma economia global volátil, mudanças nos gastos dos consumidores em meio ao aumento do custo de vida e pressões inflacionárias afetaram fortemente a empresa”, informou, em comunicado.
De acordo com os documentos do tribunal, a empresa decidiu fechar todas as 124 lojas físicas nos EUA, seus escritórios corporativos e demitir quase 1,4 mil funcionários.
O processo de liquidação já está em andamento — e a empresa confirmou em um comunicado que mais de 100 lojas serão fechadas após a conclusão. No entanto, o cronograma exato ainda não está claro. A situação de nove lojas no Havaí ainda está em negociação, informou a Liberated.
Enquanto a empresa está trabalhando para fechar suas lojas nos EUA, marcas populares como Quiksilver, Billabong e Volcom não desaparecerão.
Essas e outras marcas são de propriedade do Authentic Brands Group, que fez parceria com a Liberated para licenciar as operações nos EUA.
A Authentic confirmou à Associated Press nesta sexta-feira (7) que todas as licenças anteriormente detidas pela Liberated foram transferidas para novos parceiros antes do pedido de falência.
“Nós temos trabalhado de perto com a Liberated Brands para realizar uma transição cuidadosa das principais licenças para operadores confiáveis dentro da nossa rede”, disse David Brooks, vice-presidente executivo de esportes de ação da Authentic, em comunicado.
Brooks acrescentou que a rede de lojas da Liberated nos EUA estava “superdimensionada” e “sobrecarregada com locais desatualizados e de baixo desempenho”. Disse ainda que as lojas físicas nos EUA “provavelmente serão racionalizadas” no futuro, talvez com uma presença mais forte por meio de lojas de departamentos ou plataformas de e-commerce.
Além de Quiksilver, Billabong e Volcom, a Liberated também operou lojas ou vendeu roupas para marcas como Spyder, RVCA, Roxy e Honolua.
Desafios econômicos
Durante o auge da pandemia de Covid-19, quando mais consumidores passaram a procurar roupas para atividades ao ar livre ou de lazer, a Liberated registrou uma demanda crescente.
No entanto, a empresa teve dificuldades para acompanhar os grandes desafios macroeconômicos — como inflação, interrupções na cadeia de suprimentos e queda na demanda dos consumidores, disse o CEO da Liberated, Todd Hymel.
Essa “combinação de choques macroeconômicos” resultou em uma “combinação fatal de receita significativamente mais baixa”, escreveu Hymel. O varejo físico também continuou a enfrentar dificuldades após o aumento nas compras online durante a pandemia, acrescentou ele. Além disso, ele apontou o impacto da “moda rápida” na indústria.
“Os consumidores podem, de forma barata, rápida e fácil, encomendar roupas de baixa qualidade de gigantes de fast fashion e ter esses produtos entregues em questão de dias”, disse Hymel, observando que a Liberated e outras empresas “sofreram com margens de lucro reduzidas após perderem parte de sua participação no mercado e poder de precificação para a fast fashion.”
Além dos EUA, a Liberated afirma que vendeu roupas para clientes em mais de 100 países até o momento. Os documentos de falência desta semana observam que a empresa opera atualmente sedes regionais na América do Norte, Europa, Japão e Austrália.
No entanto, além de encerrar seus negócios na América do Norte, os documentos do tribunal indicam que a empresa também prevê uma ou mais vendas de outras operações ao redor do mundo, “seja com continuidade operacional ou com base em liquidação.”
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