Autoridades da aeronáutica dos Estados Unidos investigam as causas do acidente em um dos espaços aéreos mais monitorados do planeta. Colisão entre helicóptero do Exército americano e avião comercial deixa 67 mortos em Washington, nos EUA
Reprodução/TV Globo
As autoridades americanas da aeronáutica têm uma missão desafiadora pela frente. Explicar o choque de um avião com um helicóptero nos arredores de um aeroporto de Washington. Em um espaço aéreo dos mais vigiados do mundo, o desastre de quarta-feira (29) à noite matou 67 pessoas.
Câmeras de segurança gravaram o momento da colisão entre o helicóptero e o avião. Na imagem aproximada, o helicóptero é o ponto de luz menor, que se aproxima do avião, maior. Em seguida, a bola de fogo ilumina o céu na hora do choque.
Câmeras de segurança gravaram o momento da colisão entre o helicóptero e o avião
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Uma outra câmera capturou a explosão de outro ângulo, no aeroporto… Duas horas e meia antes da colisão às 18h18 pelo horário local, o voo 5342 operado por uma companhia parceira da American Airlines, partiu de Wichita, no estado americano do Kansas, com 60 passageiros e quatro tripulantes. O destino era o Aeroporto Internacional Ronald Reagan, na cidade de Arlington, do lado da capital Washington.
Quando a aeronave se preparava para pousar, um helicóptero militar Black Hawk com três militares a bordo fazia um voo de treinamento perto do aeroporto. Ele ia na direção sul e entrou na linha de pouso do avião.
Um controlador de voo do aeroporto fez contato com o piloto do helicóptero e perguntou: “Você enxerga um CRJ?”, referindo-se à aeronave. Ele instruiu: “Passe por trás do CRJ”.
Segundo outro áudio, obtido pela imprensa americana, o piloto confirmou que tinha visto o avião e pediu que a torre auxiliasse para desviar as aeronaves uma da outra. O controlador insistiu, depois pediu que o helicóptero voltasse à base.
Helicóptero militar Black Hawk com três militares a bordo fazia um voo de treinamento perto do aeroporto
Jornal Nacional
O helicóptero não respondeu e manteve a rota. Poucos segundos depois, o helicóptero se chocou contra o avião, que estava numa velocidade de 220 quilômetros por hora, a 120 metros de altitude, em cima do Rio Potomac. Um controlador falou: “Você viu aquilo?”.
Uma testemunha descreveu o que viu:
“Eu estava me preparando para dormir quando ouvi uma explosão. Um barulho que a gente só vê em filmes de ação, zonas de guerra. Olhei para o céu, pela janela, e vi muita fumaça perto do aeroporto.”
Em dez minutos, os primeiros socorristas chegaram ao local do acidente. Encontraram os destroços do avião no Rio Potomac, que estava com parte da superfície congelada. A temperatura da água era de 1 grau negativo.
Equipes chegaram de todos os lados. A polícia isolou a área para começar o resgate, que virou a madrugada. O aeroporto só reabriu às 11 da manhã – quando as autoridades avaliaram que a retomada dos voos não atrapalharia os trabalhos no rio.
De dentro do terminal foi possível acompanhar o trabalho das equipes de resgate ao longo do dia e dá para ver como o avião estava perto de tocar o solo. Agentes estão usando um barco no local do acidente para encontrar as vítimas. O asfalto na frente é a pista 33, onde o avião deveria ter pousado.
Uma foto mostra o avião envolvido no acidente. O modelo CRJ-700 foi produzido pela empresa canadense Bombardier. Voava há 21 anos, tinha capacidade para 90 passageiros e estava com a documentação em dia.
Foto mostra o avião envolvido no acidente
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De manhã, autoridades afirmaram que todas as 64 pessoas que estavam no avião comercial e os três militares do helicóptero morreram. Entre os passageiros do avião, 14 faziam parte de um grupo de patinação artística e voltavam de um acampamento para jovens atletas promissores. Seis eram de um clube de Boston: dois jovens atletas e suas mães, e dois técnicos russos.
O dono do clube de Boston disse que todos eram muito unidos.
“Nós perdemos família”, disse.
Os treinadores russos, Yevgenia e Vadim, eram casados e foram campeões mundiais nos anos 1990. A técnica deles naquela época lamentou o acidente.
“Eles eram meus filhos.”
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes disse que está investigando. Os funcionários declararam que não vão deixar pedra sobre pedra até esclarecerem a causa do acidente.
O trabalho agora é para recuperar os corpos e as caixas pretas do avião e do helicóptero para tentar entender o que aconteceu.
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