Jardineiro morto durante operação no Alemão é enterrado: ‘Não merecia isso’, diz mãe


Carlos André tinha 35 anos. Morava na comunidade Quatro Bicas, na Penha, e era jardineiro no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. Jardineiro morto em operação na Penha e Alemão foi enterrado hoje
Foi enterrado neste sábado (25), no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte, o corpo do jardineiro Carlos André Vasconcellos da Silva, de 35 anos. Ele foi um dos cinco mortos na megaoperação das Forças de Segurança nos complexos da Penha e do Alemão nesta sexta-feira (24).
Parentes dizem que ele tinha muitos planos para o futuro, todos interrompidos pela violência que cruzou o caminho de um pai de família que ia para mais um dia de trabalho. A família cobra respostas do estado e pede Justiça.
“São muitas mães chorando, né?! Eu não pensava em passar por uma coisa dessa, não”, diz Maria de Fátima Vasconcellos, a mãe de Carlos André. “Meu filho era muito bom. Meu filho todo dia me ligava, meu filho me tomava a bênção, respeitador. E hoje tá lá… Enterrando meu filho. Meu filho mais velho, filho amado, filho querido”, acrescentou.
Carlos André Vasconcellos dos Santos
Arquivo pessoal
“Eu jamais poderia imaginar uma coisa dessa acontecer. A gente vê tanta coisa, né?! Mas a gente nunca pensa que vai acontecer. Meu filho não merecia isso. Vai doer, tá doendo, mas eu vou ser forte”, acrescentou ela.
Carlos André tinha 35 anos. Morava na comunidade Quatro Bicas, na Penha, e era jardineiro no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio.
Ele foi baleado nas costas e morreu a poucos metros da estação do BRT da Penha, ainda de madrugada. A polícia disse que ele foi atingido quando criminosos atiraram contra os agentes.
“Eu quero saber isso aí, se ele vai ser só mais um. Se vai ficar na estatística, morrendo sem saber de onde veio a bala. E aí? Ele vai ser só mais um Carlos André?”, diz Larissa Gomes da Silva, cunhada de Carlos André.
A operação deixou ainda mais quatro mortos, entre eles, Ryan Muniz de Oliveira, de 21 anos, baleado na perna. No IML, na manhã deste sábado, parentes disseram que Ryan foi atingido quando estava saindo da casa da irmã, e afirmam que policiais militares impediram o socorro.
Parentes de Geraldo Carlos Barbosa dos Reis, de 67 anos, e de Antônio Júlio Cláudio, de 53, também estiveram neste sábado no IML para fazer a liberação dos corpos. Um menor, que, segundo a polícia, teria envolvimento com o tráfico, também morreu.
Outras nove pessoas ficaram feridas no tiroteio. Entre elas, o PM Diogo Marinho Rodrigues Jordão, que foi baleado na cabeça. Ele está internado em estado grave no Hospital Getúlio Vargas.
Os confrontos entre os criminosos e a Polícia Militar deixaram ainda casas e estabelecimentos destruídos.
A Polícia Militar diz que não houve novos confrontos neste sábado, e que a situação foi estabilizada, mas manteve o reforço na segurança.
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