Prazer ilegal: senador nos EUA propõe lei que proíbe ejaculação sem intenção de fertilizar

Na última segunda-feira (20), o senador democrata de Mississippi (EUA), Bradford Blackmon, apresentou um projeto de lei polêmico. Ele quer proibir atividades sexuais masculinas que não tenham o objetivo de fertilizar um embrião. A lei que proíbe ejaculação sem intenção de fertilizar faz parte de um projeto contraceptivo.

Senador dos EUA, Bradford Blackmon propõe lei que proíbe ejaculação sem intenção de fertilizar

O senador democrata Bradford Blackmon cria lei para proibir ejaculação sem intenção de fertilizar – Foto: Bradford Blackmon/@bjblackmon021/ND

A proposta, intitulada “Lei da Contracepção Começa na Ereção”, estabelece multas para homens que descumprirem a norma, mas carrega uma ironia deliberada ao tratar do tema. Segundo o texto, masturbação e sexo sem intenção de fertilizar serão considerados atos ilegais.

Segundo o parlamentar democrata, o texto foi elaborado como uma resposta às inúmeras legislações sobre contracepção e aborto que focam exclusivamente no papel da mulher. “Os homens são cinquenta por cento da equação”, ressaltou Blackmon ao defender que sua proposta, trazendo o papel masculino para o centro das discussões.

Projeto de lei prevê multas que podem chegar a R$ 59 mil

Proposta prevê multas de até US$ 10 mil por atos considerados ilegais – Foto: Reprodução/ND

Lei para proibir ejaculação sem objetivo de fertilização prevê multas de até US$ 10 mil

De acordo com lei que propõe proibir ejaculação sem fertilizar, masturbação e sexo sem intenção de fertilização seriam considerados ilegais. As multas podem variar de US$ 1.000 (R$ 5,9 mil) para a primeira infração a US$ 10.000 (R$ 59 mil) para reincidências.

As exceções incluem casos de doação de esperma e o uso de métodos contraceptivos para evitar a fertilização. Caso aprovado, o texto determinaria que homens no estado do Mississippi estariam impedidos de realizar ejaculação sem intenção de fertilizar a partir de julho deste ano.

No entanto, a aprovação é considerada improvável, já que a Assembleia Legislativa do estado é dominada pelo Partido Republicano. Enquanto isso, o governador Tate Reeves, também republicano, precisaria sancionar o projeto.

Bradford Blackmon reforçou o tom provocativo da proposta ao afirmar que seu objetivo é destacar a desigualdade nos debates legislativos sobre contracepção. “As pessoas podem se levantar em armas e chamar isso de absurdo, mas não posso dizer que isso me incomoda”, escreveu o senador ao justificar sua proposta que proíbe ejaculação sem intenção de fertilizar.

Projeto faz parte da 'Lei da Contracepção Começa na Ereção'

Proposta surgiu em um cenário de crescentes restrições ao aborto nos EUA – Foto: Reprodução/ND

Como surgiu a proposta de lei que proíbe ejaculação sem intenção de fertilizar

A proposta de lei que proíbe ejaculação sem intenção de fertilizar surge em um cenário de crescentes restrições ao aborto e métodos contraceptivos nos Estados Unidos.

Segundo o KFF, organização que pesquisa políticas de saúde, 12 estados americanos, incluindo o Mississippi, já implementaram proibições totais ou quase totais ao aborto. Outros seis estados restringem o procedimento em períodos específicos da gestação.

Ainda em 2024, pelo menos oito estados americanos aprovaram ou apresentaram projetos de lei que limitam o acesso das mulheres a métodos contraceptivos, conforme o Instituto Guttmacher, especializado em pesquisas sobre aborto e direitos reprodutivos.

Com sua proposta irônica, Blackmon busca ampliar a discussão sobre o papel dos homens em legislações relacionadas à saúde reprodutiva, ressaltando a necessidade de um debate mais equilibrado sobre responsabilidades e direitos no contexto da contracepção e do aborto.

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