Greve dos rodoviários é por tempo indeterminado. Entre reivindicações da categoria, estão reajuste salarial de 5% e implementação de um plano de saúde. A greve dos motoristas de ônibus do Grande Recife começou nesta segunda-feira (12). Com a interrupção dos serviços, passageiros que dependem de ônibus na Região Metropolitana enfrentam dificuldades para se deslocar e chegar aos compromissos (veja vídeo acima).
A greve foi decidida pelo Sindicato dos Rodoviários após uma assembleia da categoria feita na quarta-feira (7). Entre as principais reivindicações, estão reajuste salarial de 5% e implementação de plano de saúde para a categoria (entenda mais abaixo).
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Com poucos ônibus circulando, longas filas se formaram nos principais terminais da região. No Terminal Integrado de Igarassu, no Grande Recife, que conta com linhas de ônibus e BRTs, alguns passageiros passaram mais de uma hora a espera do coletivo.
“Está terrível, estou aqui desde as 5h30 e, até agora, nada do meu ônibus. (…) Já estou pensando em como vou voltar. A gente sai para trabalhar sem saber como vai ser a volta”, disse um passageiro que trabalha na Boa Vista, no Centro do Recife.
Em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, algumas pessoas também relataram a demora dos coletivos. “Eles [os rodoviários] estão cobrando o direito deles, mas a gente acaba sendo prejudicado”, disse outra passageira.
No Terminal Integrado de Joana Bezerra, no Centro do Recife, a reportagem da TV Globo registrou o movimento fraco de ônibus e de passageiros no início da manhã. Isso porque, para chegar ao terminal, muitas pessoas precisam pegar outro ônibus antes.
Longas filas se formaram no Terminal de Joana Bezerra, no Centro do Recife
Reprodução/TV Globo
Categoria pede melhores condições de trabalho
A greve foi decidida pela rodoviários na quarta-feira (7) após assembleia. De acordo com a categoria, a proposta apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana) foi de:
Reajuste salarial de 0,5% de aumento acima da inflação;
R$ 400 para vale-alimentação;
Abono de R$ 180 para rodoviários que exercem dupla função (como motorista e cobrador);
Controle das horas de trabalho via GPS.
Dentro da campanha salarial, os rodoviários reivindicam:
Reajuste de 5% acima da inflação (reajuste real);
Fim do controle pelo GPS;
Fim da compensação de horas;
Vale-alimentação de R$ 720;
Abono de R$ 500 para quem exerce dupla função;
Implementação de plano de saúde para trabalhadores de todas as empresas.
Outro ponto que entrou na pauta de reivindicação da categoria é a migração dos funcionários da empresa Vera Cruz para outras empresas. A Vera Cruz devolveu as linhas sob sua responsabilidade para o Grande Recife Transporte, desistindo de operar 36 linhas, que foram transferidas para outras concessionárias.
Na quinta-feira (8), o Grande Recife Consórcio de Transporte determinou que os rodoviários colocassem na rua uma frota mínima de 70% dos coletivos nos horários de pico, das 5h às 9h e das 16h às 20h, e 50% nos demais horários.
O Sindicato dos Rodoviários disse que não cumpriria a determinação do consórcio, pois o percentual mínimo exigido por lei é de 30% da frota na rua.
Instituições suspendem aulas
Por conta das greves dos rodoviários, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sugeriu aos professores que não fizessem atividades presenciais nos cursos de graduação.
A instituição indicou que as aulas sejam substituídas por estudos dirigidos e atividades de pesquisa, e que o registro de presença dos alunos seja feito pela entrega dessas atividades. Já o Colégio de Aplicação da UFPE suspendeu as aulas nesta segunda-feira.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também sugeriu aos professores que, durante a greve, não sejam realizadas atividades presenciais.
Outra instituição que suspendeu as aulas no período da manhã nesta segunda-feira (12) foi a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). A Unicap informou também que, caso a greve continue até o fim da manhã, as aulas também serão suspensas à tarde e à noite.
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