
Os freios estão entre os itens de segurança mais importantes de um carro. Por isso, mantê-los em perfeito estado de funcionamento é essencial.
A primeira orientação é seguir rigorosamente as quilometragens e os prazos recomendados nas revisões periódicas, que estão disponíveis no manual do proprietário.
Vale a pena ficar atento a sinais de que os freios necessitam de uma inspeção, como vazamento de fluido pedal duro e maior distância de frenagem.

Perigo ao volante ocorre se motorista acionar pedal do freio durante ação no trânsito – Foto: Reprodução/Youtube/ND
O mentor de tecnologia e inovação em engenharia avançada da SAE Brasil, Carlos Erwin Franieck, apontou alguns erros e maus hábitos que motoristas fazer com os freios do carro.
Veja 5 erros comuns nos freios que podem causar prejuízo
1) Frear em cima da hora
Segundo Franieck, dirigir o carro de uma maneira agressiva com frenagens e acelerações bruscas é um dos hábitos que mais contribui para o desgaste prematuro dos freios e para o aumento no consumo de combustível.
Se a sua intenção é prolongar a vida útil das pastilhas, lonas e discos de freio, e ainda reduzir o gasto de combustível, suavidade ao volante é a dica de ouro.
“Antecipe as frenagens ao observar que o trânsito está parando logo adiante e, depois, acelere de forma gradual. Evite os extremos ao volante para não desgastar os freios e outros componentes sem necessidade”, ensina o engenheiro.
2) Utilizar o freio motor
Em descidas de serra, especialmente, a orientação aos motoristas é manter o veículo engrenado e caso necessário, fazer a redução da marcha. O freio motor aumenta a segurança e reduz a necessidade de acionar o sistema de freios.
Em situações de descidas íngremes e sinuosas, exigir demais dos freios pode acabar aquecendo demais os componentes como discos e pastilhas, criando um efeito indesejável e perigoso: o “fading”, que é a perda momentânea da capacidade de frenagem por conta das altas temperaturas.
“Nunca ande na ‘banguela’, com a transmissão em neutro. Reduza as marchas para ajudar a ‘segurar’ o veículo e não sobrecarregar os freios. Muitos carros automáticos identificam o declive e já fazem a redução, mantendo o motor cheio”, orienta o especialista da SAE Brasil.
A prática de colocar a marcha em ponto morto em declives não ajuda. O câmbio neutro faz o carro gastar mais combustível do que se estivesse engrenado.
O sistema de injeção é calibrado para entrar em modo de baixo consumo assim que você tira o pé do acelerador, com o veículo engrenado. Dessa forma, o motor recebe apenas a quantidade necessária de combustível para seguir funcionando.
3) Manter o pé no pedal após frenagem intensa
A situação de manter o pé no pedal após uma frenagem intensa é comum, sobretudo na estrada, onde se atinge velocidades mais altas.
Ao parar para abastecer ou chegar ao posto de pedágio, exige-se mais dos freios, que podem chegar a temperaturas superiores bastante elevadas.

Disco de freio pode evitar acidentes – Foto: freio-abs-perigo-ao-volante
Muitos motoristas continuam pressionando o pedal do freio, mesmo após a parada. “Se for possível, em local plano, tire o pé do pedal imediatamente logo após a parada do veículo. Alguns segundos já são suficientes. Essa prática permite que o disco esfrie de maneira uniforme, o que não acontece com as pastilhas pressionadas sobre a peça”, esclarece Franieck.
Segundo o engenheiro, esse cuidado não é excesso de zelo. Ele contribui para evitar que se forme um “degrau” no disco causado pelo resfriamento irregular, o que pode fazer você trocar a peça antes do prazo.
4) Excesso de carga
O excesso de carga está associado ao consumo de combustível, mas pode ser danoso a itens como suspensão e freios. Quanto mais peso à bordo, maior é a necessidade de usar os freios e acelerar assim o desgaste.
As consequências dessa prática incluem maior distância de frenagem e comprometimento da estabilidade do carro.
5) Usar fluido fora da especificação
As montadoras sempre informam no manual a especificação exata do fluido de freio e não é por acaso.
Em testes de homologação e desenvolvimento do carro, o líquido utilizado precisa atender a requisitos específicos daquele modelo de carro, leva-se conta aspectos como ponto de ebulição.
Erwin Franieck orienta seguir os prazos para troca do fluido, utilizando o produto recomendado pela montadora.
“Em condições normais, o sistema de freios é bem vedado e não é esperada uma redução no nível do líquido. Caso você perceba que ele ficou menor, é sinal de um provável vazamento, que deve ser verificado o mais rapidamente possível”, alerta.
Caso o nível baixar, a recomendação é completá-lo com o fluido correto e ir logo até uma oficina de confiança para inspecionar o sistema de freios.