Vítima de colisão entre balsa e casas flutuantes no rio Madeira atuava como jogadora de futebol em time amador


Segundo familiares, Talita Ferreira, de 22 anos, tinha paixão pela modalidade e jogava como lateral direito em campeonatos amadores da região. Os três filhos da jovem, com idades entre 1 e 4 anos, seguem desaparecidos. Talita Ferreira Lago morreu após balsa colidir com casa flutuante em que dormia.
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O corpo de Talita Ferreira Lago, de 22 anos, desaparecida após a colisão entre uma balsa e duas casas flutuantes às margens do rio Madeira, em Manicoré, no interior do Amazonas, foi encontrado na manhã do domingo (19). Ao g1, familiares relataram que a vítima era uma pessoa muito carinhosa e amava futebol, sendo atleta amadora da modalidade.
A colisão ocorreu na comunidade Urumatuba, zona rural do município. A vítima dormia em uma das duas casas flutuantes atingidas pela embarcação. Nesta segunda-feira (20), as buscas pelos três filhos de Talita, com idades de 4, 2 e 1 ano, que também desapareceram na tragédia, entraram no quarto dia.
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Prima da vítima, a professora Leidiane Lagos, de 41 anos, contou ao g1 que Talita era uma excelente mãe, e que se dedicava muito para dar boas condições de vida aos filhos.
A jovem nutria uma paixão pelo futebol e atuava como lateral direito em campeonatos amadores em Manicoré.
“Como mãe, a gente tem prova mais do que nunca de que ela morreu se doando por eles, né? Era uma excelente mãe e uma excelente atleta, jogava muito bem futebol. Fomos campeões duas vezes. Ela era jogadora de futebol pelo nosso time, Urumatuba”, relatou Leidiane.
A prima conta ainda que o marido de Talita é garimpeiro e, devido a profissão, ela viajava muito para acompanhá-lo durante os serviços, mas nos últimos meses decidiu retornar à comunidade para ficar na casa dos pais, local onde ocorreu o acidente.
“De dezembro pra cá ela veio do garimpo e já ficou com a mãe dela, passando esses tempos”, explicou a prima.
Talita dividia o tempo entre a família e as competições de futebol.
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Mural criado pelas jogadores do time de Talita em homenagem a jovem.
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O acidente
Segundo os moradores da comunidade, dez pessoas estavam nos flutuantes no momento em que a balsa, que carregava soja e tinha como destino a cidade de Porto Velho, em Rondônia, atingiu as estruturas de madeira.
Eles relataram que a forte neblina que encobria a região pode ter dificultado a navegação da balsa e ocasionado a tragédia. Após a colisão, a embarcação seguiu viagem sem prestar socorro.
Na sexta, a polícia ouviu o comandante da balsa, que afirmou que peso do barco impediu de evitar a colisão. A polícia informou que abriu um inquérito para apurar o caso.
A Defesa Civil de Manicoré e os próprios moradores iniciaram os trabalhos de buscas, com dificuldades devido à forte correnteza no local.
O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) informou que, na tarde de sexta-feira, enviou uma equipe de mergulhadores de Manaus para reforçar as buscas pelos desaparecidos. As buscas incluíram ações de mergulho e buscas na superfície.
Em nota, a Prefeitura de Manicoré informou que mobilizou todos os órgãos competentes, incluindo sua equipe de governo, e colocou-os em estado de alerta para oferecer o suporte necessário às equipes de busca e para garantir a responsabilização dos envolvidos.
A Marinha informou que participou das buscas com uma aeronave do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste, o Aviso Hidroceanográfico Fluvial “Rio Negro” (Navio da Marinha) e uma equipe de lanchas da Agência Fluvial de Humaitá.
Balsa atinge casa flutuante no rio Madeira
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